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Presidente do Cpers e mais 9 educadores são agredidos pela BM em frente ao Palácio Piratini

26 de novembro de 2019

O Cpers Sindicato realizou nesta terça-feira (26) um grande ato em frente ao Palácio Piratini em Porto Alegre. Cerca de 15 mil pessoas acompanharam na praça da matriz a Assembleia Geral da categoria e os protestos contra o pacote do Governador Eduardo Leite que altera o plano de carreira dos educadores e outros servidores do Estado. Durante o ato, a presidente do Cpers, Helenir Schurer, e mais 9 educadores, incluindo dirigentes sindicais e membros do conselho de greve, segundo o sindicato, foram agredidos pela Brigada Militar com cassetetes e foram encaminhados para atendimento médico no Hospital de Pronto Socorro. A presidente do Cpers foi atingida na cabeça e passou por uma tomografia. A confusão começou por volta das 16h, após o comando da greve solicitar agenda com o governo para entregar um documento pedindo a retirada dos projetos da pauta da Assembleia. Os dirigentes seriam recebidos pelo secretário-chefe da casa civil Otomar Vivian no saguão do Palácio Piratini. No entanto, alguns manifestantes derrubaram os gradis que isolavam a área e tentaram entrar no local, o batalhão de choque da Brigada Militar respondeu com spray de pimenta e golpes de cassetete. Em nota divulgada no final da tarde, a comunicação do governo Leite ignorou os dirigentes do Cpers feridos e repudiou a “lamentável  tentativa de invasão do Palácio Piratini por parte de ativistas”. O texto ainda reitera a disposição do governo ao diálogo sobre as propostas encaminhadas ao legislativo e que as atitudes de hoje não ajudam em nada a resolver os problemas do Estado e colocam em risco a integridade física dos envolvidos.

Na Assembleia, os professores decidiram por manter o estado de greve e aprovaram uma série de atos ao longo da semana, como protestos nas cidades com abraços a escola pública na próxima quinta-feira e uma mostra pedagógica na sexta-feira em Porto Alegre para mostrar as boas ações das escolas estaduais. A presidente do Cpers convocou um grande ato em Pelotas, cidade natal de Eduardo Leite. A categoria está em greve desde o dia 18 e estima que mais de 1,5 mil escolas estaduais aderiram ao movimento. Ao ler uma moção de apoio da Famurs à greve e às manifestações contra o pacote de Leite, Helenir Schurer se emocionou. A Federação representa os 497 municípios do Rio Grande do Sul. Deputados estaduais da base aliada também se manifestaram a favor do Cpers. A bancada do PSB, Elton Weber e Franciane Bayer, e os parlamentares do MDB, Edson Brum e Sebastião Melo afirmaram que vão votar contra a proposta do governo.

Um caminhão de som foi estacionado em frente ao Palácio Piratini, com cartazes com as imagens de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro, com dizeres “Marielle Presente” e de Paulo Freire. O cartaz central dizia “Educação merece respeito” e um banner ao lado destacava “ocupar as ruas para derrotar o pacote da morte” com uma caricatura de Eduardo Leite. Dirigentes do sindicato se revezaram ao microfone para discursar contra as medidas do governador. Em muitos momentos, manifestantes bradavam que esta era a maior mobilização e greve da história da categoria. Eduardo Leite não viu as manifestações, pois cumpriu agenda em Brasília durante o dia todo. O fato foi alvo de críticas dos manifestantes que cantavam: “a greve explodiu. E o Governador se acovardou, pegou as malas e fugiu”. Em outros momentos Leite foi chamado de ‘frouxo’ e ‘mentiroso’. Durante o ato, uma sonora do governador foi reproduzida, em que Leite dizia que “quem mente sabe que mente” e que iria pagar os servidores em dia no primeiro ano de governo. “Não é uma promessa vazia”, disse Leite no trecho reproduzido da época de campanha eleitoral.

Veja o vídeo de parte da confusão:

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A Rádio Progresso aguarda nota oficial do CPERS.

Leia abaixo a nota oficial do Governo do Estado:

“O governo do Estado repudia publicamente a lamentável tentativa de invasão do Palácio Piratini por parte de ativistas nesta terça-feira (26/11). No início da tarde, de forma democrática, o governo se dispôs a receber, mais uma vez, uma comissão de representantes do sindicato dos professores que protestavam em frente ao palácio.

Como mostram as imagens do circuito de segurança do Piratini, um grupo de manifestantes derrubou os gradis instalados em frente ao palácio e tentou invadir o local enquanto o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, recepcionava a comissão acima citada. Da agressiva e injustificável ação dos manifestantes restaram dois policiais feridos.

O governo reitera a disposição em dialogar a respeito das propostas encaminhadas à Assembleia, como já vem fazendo desde o início do ano, quando visitou todas as entidades representativas de servidores. Além disso, o pacote de projetos foi apresentado individualmente a cada sindicato, antes mesmo do encaminhamento ao Legislativo.

Atitudes como a verificada na tarde desta terça-feira não ajudam em nada a resolver os problemas do Estado e colocam em risco a integridade física das pessoas envolvidas. A reforma em curso não é contra ninguém. Ela é a favor do futuro de um Estado que convive há décadas com uma crise que assola não apenas os servidores, mas principalmente os 11 milhões de gaúchos que aqui vivem.”

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí