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23% dos jovens brasileiros não estudam e nem trabalham. Em Ijuí, os dados não são diferentes

5 de dezembro de 2018

O Brasil é um dos países da América Latina com maior percentual de pessoas com idade entres 15 e 24 anos que pertencem aos grupo conhecido como “nem-nem”, ou seja 23% dos jovens não estudam e nem trabalham. Estes dados foram divulgados esta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Quase 50% dos jovens se dedicam exclusivamente ao estudo, 13% ao trabalho e 15% trabalham e estudam simultaneamente. A maioria dos jovens classificados como “nem-nem” no Brasil são mulheres e de baixa renda. Segundo o Ipea, as razões para estarem nessa situação são a falta de políticas públicas e problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais.

Trazendo para âmbito local, quando falamos da realidade do município de Ijuí, as informações não são muito diferente dos dados apresentados anteriormente. Em entrevista à R.P.I, conversamos com o secretário de Educação Eleando Lizot, referente as questões de ensino no município. Conforme ele explica, se for comparado o número de crianças que entram no ensino fundamental com o total de alunos que chegam ao nono ano, pode-se perceber que há uma grande queda nos números, embora existam trabalhos que vá em busca desses estudantes.

A educação básica é obrigatória dos quatro aos 17 anos de idade, e “deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar é passível de 15 a 30 anos de reclusão e multa” (código penal 1940).

Sendo assim, embora o ensino seja obrigatório, o secretário destaca que os números se agravam ainda mais quando se observa os jovens que chegam no ensino médio e, neste momento desistem dos estudos.

Os motivos que contribuem para que isso ocorra, estão, por vezes, relacionados à falta de políticas públicas. “O governo precisa ter um olhar direcionado aos jovens, para tentar fazer com que ele seja incluído neste ciclo de produção, pois, a partir da escolarização, geralmente o mercado de trabalho torna-se uma lacuna”, destaca. Lizot também atribui ao problema fatores sociais. “São questões que surgem desde o inicio da escolarização, como a resistência a frequência na escola; a reprovação; o envolvimento com drogas; assim como a superproteção dos pais, os quais muitas vezes não dão esse olhar de que os filhos precisam participar desta construção do seu próprio sustento”, conclui.

Os números são expressivos e destacam a importância de chamar a atenção ao referido problema que, por muitas vezes, passa despercebido pela comunidade.