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Após reunião com governador, presidente do Cpers sai preocupada e promete greve contra perda de direitos

10 de outubro de 2019

Prestes a encaminhar uma série de projetos de revisão das carreiras dos servidores gaúchos, o Governador Eduardo Leite recebeu o Cpers Sindicato, que representa os professores da rede pública estadual. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (09) no Centro Administrativo, em Porto Alegre, e durou cerca de 1h15min. Antes de iniciar, Leite pediu para que as cadeiras dos representantes do governo, que estavam em um palco do auditório, acima de onde estavam as dirigente do Cpers, fossem colocadas no chão no mesmo nível dos interlocutores. Em uma apresentação de 40 slides, o Governador salientou a situação fiscal do Estado e justificou as medidas a serem apresentadas. Ao final da reunião, a presidente do Cpers, Helenir Schürer afirmou que sai mais preocupada de quando entrou. Segundo ela, o pacote se trata de perda de direitos e o setor que mais vai sofrer são os aposentados, que serão taxados. A presidente destacou que, a partir da apresentação do governo, o pagamento do piso vai se tornar o teto, e que a entidade já decidiu por uma greve. Segundo Helenir, assim que o governo protocolar as propostas, a greve será chamada em 72 horas, prazo para avisar as comunidades escolares, pais e alunos. “Saímos com a impressão de que pegaram todos os direitos que hoje nós já temos, redistribuíram dentro do plano pra dizer que estão pagando o plano, mas que na verdade terá muito pouco repercussão no nosso plano de carreira”, revelou a presidente do Cpers.

O Governador prometeu enviar até segunda-feira ao sindicato o conjunto detalhado das propostas e como serão feitas as alterações na legislação. A presidente Helenir garante que a categoria vai analisar profundamente os projetos para se manifestar em definitivo, com responsabilidade e compromisso com a categoria. Leite ainda prometeu que o Cpers será novamente chamado antes do pacote ser encaminhado à Assembleia. No entanto, Helenir Schürer não demonstra muita esperança em que algo seja modificado. “O Governo foi muito firme. Não vi muita disposição de mexer em absolutamente nada. Agora do lado de cá também tem uma categoria muito firme sem nenhuma disposição de perder direito”, destacou a dirigente do Cpers.

Após o encontro, Eduardo Leite classificou a reunião com o Cpers como uma conversa franca, honesta e respeitosa. O governador novamente disse que não vai dourar a pílula, e justificou que as medidas são necessárias diante da realidade do Estado, que não paga em dia os salários há 4 anos. Leite ressaltou que o piso nacional não vai se tornar o teto, porque a proposta prevê aumento do piso, no avanço dos níveis e classes, de forma viável, caso a demanda dos professores com o pagamento do piso fosse atendida, de acordo com o governador, o impacto seria de R$ 6 bilhões ao ano, o que seria equivalente a cerca de 5 folhas de pagamento atualmente. O plano de carreira do magistério no Estado não sofre alterações desde 1974, segundo o Executivo. Eduardo Leite assegura que as propostas não estão concluídas e que as ansiedades dos sindicatos foram anotadas para que os textos sejam ajustados.

Após o encontro com o Cpers, Eduardo Leite recebeu a diretoria da Fessergs, sindicato que representa servidores ativos e inativos do Estado. Nesta quinta-feira (10), o governador segue a agenda de reuniões com os demais representantes de servidores, incluindo sindicatos dos órgãos de segurança pública. A intenção de Leite é encaminhar o pacote de projetos à Assembleia até o fim de outubro, e aprovar as propostas até o fim do ano.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí/Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini