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Até agora, 81% dos empréstimos pessoais foram entregues pelos 5 maiores bancos do Brasil

18 de junho de 2021

2020, e o que já passou deste ano, tem sido um período de forte procura por créditos e serviços financeiros, tanto por parte das grandes companhias como dos trabalhadores e famílias que ficaram com as suas fontes de ingressos reduzidas por causa das restrições no contexto da pandemia.

De fato, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mês a mês pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em maio o percentual de brasileiros endividados chegou a 68% do total das famílias. Trata-se de um valor recorde da série histórica que começou em 2010, e do sexto incremento consecutivo, acompanhado desta vez por um aumento na inadimplência.

O anterior quer dizer que as famílias, para poder cobrir o orçamento mensal, ou até diário, procuram cada vez mais alguma ferramenta como créditos pessoais, consignado ou rotativo de cartão de crédito.

Mesmo que a demanda tenha crescido, ainda são os cinco maiores bancos do Brasil os que acumulam o grande volume de créditos. O Relatório de Economia Bancária elaborado pelo Banco Central mostrou que 80% dos empréstimos contratados em 2020 foram financiados pelo Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Caixa Econômica Federal. Ou seja, de cada R$10 emprestados no país, R$8,18 foram entregues pelos bancos referidos.

A concentração dos bancos tradicionais vem diminuindo

Historicamente a concentração de serviços financeiros no Brasil tem sido alta. Porém as últimas cifras mostram uma leve redução nessa linha: o percentual baixou 1,9% se comparado com o nível de aglomeração registrado nas operações de crédito de 2019 que era de 83,7%. A variação pode ter sido suave, mas está refletindo uma tendência que vinha se produzindo faz tempo, e que a pandemia só veio acentuar.

É que o ingresso no mercado das famosas fintechs, ou seja entidades financeiras de base tecnológica, incrementou a concorrência, que finalmente traz benefícios aos consumidores. Assim, por exemplo, os ativos controlados pelos cinco bancos já mencionados também se reduziram. Em 2019 os bancos tradicionais concentravam 83,4% de todos os depósitos do país. Já em 2020 o percentual caiu para 79,1%, uma queda de 4,3 pontos percentuais.

Um dos principais fatores que favoreceram o processo é o aporte que a internet e as novas tecnologias trouxeram no setor financeiro. Com a possibilidade de ingressar em diversos sites desde a comodidade do celular ou computador, as pessoas contam com mais opções e informações para assim escolher o banco em função da taxa que oferece, os prazos e demais condições. É que ao mesmo tempo que as operações das maiores entidades diminui, a relação com os bancos digitais não para de crescer. Segundo a consultora Accenture, 44% dos entrevistados brasileiros já usam bancos digitais, um volume bastante superior se comparado com a média global que atinge 23%.

Dos perdedores do mercado, o destaque foi para o BB e Caixa. Contudo, elas continuam sendo as instituições que mais fazem empréstimos para as pessoas físicas dentre as cinco maiores.