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MANCHETES

Campanha nacional para conter o sarampo começa nesta segunda

6 de agosto de 2018

 

Com a meta de imunizar mais de 11 milhões de crianças em todo o Brasil, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo começa nesta segunda-feira (6/8). O público-alvo da iniciativa são os pequenos com entre um e cinco anos incompletos (quatro anos e 11 meses).

Mesmo as crianças que já foram imunizadas podem receber novas doses – a não ser que tenham recebido a vacina nos últimos 30 dias. Respeitado esse período de um mês, não há riscos de se tomar doses a mais.

No Rio Grande do Sul, 528,9 mil crianças devem receber as doses, conforme estimativa do Ministério da Saúde. O Estado é um dos sete que já tiveram casos confirmados de sarampo no atual surto que se iniciou na Região Norte e que tem em Roraima e sobretudo no Amazonas a maior parte dos casos do país. Das 1.053 confirmações da doença no país (o maior número desde 1999), 742 são no Amazonas e 13 no Rio Grande do Sul. Há ainda 4.576 casos suspeitos em investigação em diversos Estados.

O Dia D de mobilização da campanha está previsto para 18 de agosto, um sábado, quando cerca de 36 mil postos de saúde em todo o país estarão abertos. No Rio Grande do Sul, cerca de 2.850 unidades básicas de saúde participarão da campanha. Só em Porto Alegre são 139 locais para aplicação de doses. O Dia D, em que o Ministério da Saúde reforçará a importância da vacinação, será em 18 de agosto.

O sarampo é uma doença infecciosa, grave e contagiosa, causada por um vírus. Seus sintomas são manchas avermelhadas na pele, manchas brancas na parte de dentro das bochechas, febre alta (acima de 38,5°C), tosse, coriza e conjuntivite. É transmitida pelo contato direto com a secreção do doente (ao espirrar, tossir ou falar), pela mão (tocando objetos infectados e depois levando-a à boca ou nariz) e pelo ar, em ambientes fechados como escolas, creches e clínicas.

A única maneira de se prevenir, tanto do sarampo quanto da poliomelite, é tomando a vacina.

Tire suas dúvidas:

Quando e onde ocorre a campanha? 

Entre 6 e 31 de agosto, com o Dia D agendado para 18 de agosto, em postos de saúde de todo o país. No Estado, cerca de 2.850 unidades básicas de saúde participam da campanha.

Qual o foco da campanha? 

Crianças com idade entre um e cinco anos incompletos (4 anos e 11 meses).

Qualquer um pode se vacinar gratuitamente? 

Embora as entidades médicas estejam estimulando a vacinação para adultos, a campanha tem foco nas crianças.

Por que só as crianças são o público-alvo? 

Segundo Cunha, as crianças têm mais risco para todas essas doenças.

Crianças que já foram vacinadas anteriormente devem ser levadas aos postos?

Sim. Todas as crianças com idade entre um ano e menores de cinco anos devem comparecer aos postos. Quem estiver com o esquema vacinal incompleto receberá as doses necessárias para atualização e quem estiver com o esquema vacinal completo receberá outro reforço.

Há riscos de tomar doses a mais? 

Não há riscos em tomar novas doses mesmo para aquelas crianças que estão com o esquema vacinal em dia.

Qual a vacina usada contra a pólio? 

Crianças que nunca foram imunizadas contra a pólio vão receber a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), na forma injetável. Crianças que já receberam uma ou mais doses contra a pólio vão receber a Vacina Oral Poliomielite (VOP), na forma de gotinha.

Qual a vacina usada contra o sarampo? 

A vacina contra o sarampo usada na campanha é a Tríplice Viral, que protege também contra a rubéola e a caxumba. Todas as crianças na faixa etária estabelecida vão receber uma dose da Tríplice Viral, independentemente de sua situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.

As vacinas são seguras? 

Elas são seguras e eficazes. Em raros casos, podem ocorrer eventos adversos.

Alguma delas tem contraindicação? 

Apenas crianças imunodeprimidas não poderiam, por regra, ser imunizadas. No entanto, em algumas situações elas podem ser feitas. Portanto, Cunha recomenda que um médico seja consultado para avaliar cada caso.

No caso da tríplice viral, também é preciso respeitar o período de 30 dias entre vacinas. Ou seja: a criança só pode tomar o reforço após esse intervalo.

— Ela é uma vacina com vírus vivo atenuado injetável, por isso precisa desse tempo — explica o pediatra.

Vacinas podem provocar efeitos colaterais? 

Na maioria dos casos, não. Porém, no caso da tríplice viral, pode ocorrer um quadro semelhante ao de uma virose.

— Não costuma acontecer, mas de cinco a 12 dias depois da vacinação, a criança pode ter febre e ficar com pintinhas no corpo. Isso pode durar de dois a três dias.

Adultos participam da campanha? 

Não. A campanha tem como foco crianças com idade entre um ano e menores de cinco anos.

Mesmo não sendo foco da campanha, adultos precisam de alguma das duas doses? 

Sim. Conforme previsto no Calendário Nacional de Vacinação, adultos com até 29 anos que não tiverem completado o esquema na infância devem receber duas doses da Tríplice Viral e adultos com idade entre 30 e 49 anos devem receber uma dose da Tríplice Viral. O adulto que não souber sua situação vacinal deve procurar o posto de saúde mais próximo para tomar as doses previstas para sua faixa etária.

Quais são as consequências da não vacinação?

Individualmente, diz Cunha, a consequência é que a pessoa não estará protegida. Coletivamente, isso amplia situação de surto.

— A baixa cobertura facilita a disseminação das doenças — diz o médico.

Fonte: GaúchaZh