O presidente da entidade, Arney Frasson, explica que os associados elegeram como item número um da pauta de reivindicações a criação de um programa que permita a retomada dos investimentos em estruturas de armazenagem, hoje paralisados pelo crédito escasso e caro. “Paramos de investir porque estamos num ambiente concorrencial em que nós temos basicamente três entes, que são as empresas privadas, as cooperativas e as multinacionais. Para as cooperativas foi mantido uma condição mais competitiva. Já as multinacionais têm fontes externas. E nós não podemos tomar financiamentos a uma taxa de juros que é o dobro da concorrência, para construir o mesmo armazém e concorrer no mesmo mercado”, esclareceu.
O coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), acompanhou a ACEBRA em audiência com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. No encontro, o parlamentar encaminhou a retomada do PSI Cerealista, linha de financiamento cuja taxa de juros era de 3,5% ao ano em 2013.
Hoje, a linha disponível é a BNDES Cerealista, com juros fixados em 13% ao ano. “Nós temos falta de armazenagem e temos falta de disponibilidade de recursos e de juros adequados. Armazenagem é infraestrutura, ela consequentemente melhora a renda do nosso produtor brasileiro. Garanta uma melhora também da economia. Estamos apostando que o Ministério da Agricultura faça a adequação do recurso existente para que contemple tanto cooperativa quanto cerealista, porque todo o agronegócio será contemplado”, destacou. De acordo com levantamento da CONAB, o déficit de armazenagem em 2015 era de 53 milhões de toneladas.
Jerônimo também acompanhou a comitiva da ACEBRA em audiência com o deputado Adelmo Leão (PT-MG), relator do Orçamento na área da agricultura. No encontro, Leão ressaltou que há pouca margem de manobra na peça orçamentária para contemplar o pleito das cerealistas.