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MANCHETES

Chuvas podem comprometer produtividade da soja no RS

25 de janeiro de 2019

A semana de umidade e temperaturas elevadas contribuiu para o bom desenvolvimento da soja, que atinge 23% das lavouras em enchimento de grãos, 45% em floração e 32% em desenvolvimento vegetativo. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (24/01), no geral as plantas apresentam bom desenvolvimento, com aspecto visual de lavoura parelha, camuflando os locais de menor densidade de plantas. Já nos locais onde as precipitações foram mais intensas, como nas regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste, o grande volume de chuvas nas últimas semanas afetou as lavouras localizadas em várzeas e em locais próximos aos cursos de água, onde o solo ficou encharcado por muitos dias, comprometendo a produção e a produtividade nesta safra.

Essas regiões atingidas pelas enxurradas representam 18% da área de soja no Estado e os produtores que contrataram seguro agrícola serão acompanhados até o período de colheita para quantificação das perdas e tomada de decisão quanto ao acionamento do seguro.

Nas lavouras no Norte do RS, os produtores de soja estão com problemas para realizar as aplicações de fungicidas e inseticidas. Os intervalos entre aplicações de fungicidas, próximo a 20 dias, propiciam que haja um aumento da incidência da ferrugem asiática e de percevejos. A orientação técnica é de aplicação de fungicida o mais cedo possível, antes do fechamento da soja, com intervalos de reaplicação diminuídos conforme o clima.

A cultura do arroz no Estado está nas fases de desenvolvimento vegetativo (62%) e floração (30%), com 8% das lavouras em enchimento de grãos. Nesse período realizou-se aplicação da adubação de cobertura via aérea, onde é possível o monitoramento do aparecimento de doenças. No Sudoeste e Centro do Estado, os altos volumes de chuvas e baixo índice de insolação nos últimos períodos deverão causar perdas de produtividade. Os alagamentos e encharcamentos das áreas trarão prejuízo maior nas lavouras do cedo que estavam na fase reprodutiva.

Na Fronteira Noroeste e Missões, regiões mais adiantadas, onde boa parte das lavouras está no início do enchimento de grãos, as mesmas não devem ser afetadas pelas condições desfavoráveis da semana. A baixa luminosidade e a diminuição das temperaturas geram receio aos produtores de abortamento das panículas em floração, já que a cultura é altamente suscetível a essas condições no início do desenvolvimento reprodutivo.

A cultura do milho no Estado apresenta em geral boas condições e expectativa de safra boa. Mais de 30% da área plantada está em fase de enchimento de grãos, 17% estão maduras e outras 17% de área, colhidas. As áreas plantadas mais no tarde estão em desenvolvimento vegetativo. A produtividade das lavouras colhidas oscila entre 4 e 9 T/ha. Essa grande variação de potencial produtivo das lavouras deve-se à irregularidade do clima durante o desenvolvimento da cultura, embora o acumulado de precipitações seja maior que os anos anteriores.

Nas regiões Celeiro e Noroeste Colonial, o milho colhido está com umidade um pouco acima do ideal, necessitando maior aporte de calor para secagem. Não foi constatado danos nos grãos devido ao excesso de chuvas.

Na região Sul, o clima não permitiu que fossem realizados plantios, mas as áreas plantadas estão com muito bom desenvolvimento, apesar do excesso de chuvas estarem prejudicando os tratos culturais, como o controle de invasoras e a aplicação da adubação de cobertura. Existe preocupação dos produtores com a perda de nutrientes, pela lixiviação com o volume de chuvas.

Fonte: Emater/RS