Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que 23 milhões de brasileiros apresentam transtornos mentais, e a tendência é de que eles aumentem a cada dia. Somente no Hospital Bom Pastor de Ijuí, o número de pacientes que procuram tratamento para alguma doença mental, aumentou cerca de 40% nos últimos cinco anos, sendo que há três vezes mais mulheres do que homens.
A depressão continua no topo da lista de doenças mais recorrentes, seguida por dependência química e transtornos de comportamento. As informações são da equipe de saúde mental do Hospital Bom Pastor de Ijuí, o qual atende toda região da 17ª Coordenadoria Regional de Saúde.
“A depressão segue sendo a primeira da lista, mas ela é uma doença que pode desencadear outras. Já tivemos pacientes depressivos e que, por conta disso, desencadearam anorexia, bulimia, automutilação, dependência química, entre outras”, explica a coordenadora de saúde mental, Angela Meinke.
Outro dado que preocupa a equipe do Hospital Bom Pastor é o aumento da depressão em adolescentes, em uma faixa etária de 13 à 20 anos. “A adolescência é uma fase muito complicada e que nos preocupa muito, pois é uma fase de incertezas e medos. É a fase de definição da identidade. Estamos atendendo muitos jovens com intenção suicida, então precisamos fazer um alerta às famílias, pois precisamos trabalhar em conjunto”, afirma a psicóloga Neusa Ciechowicz.
Os pacientes que realizam tratamento em saúde mental no Hospital Bom Pastor, ficam em média 18 dias internados. Após o tratamento, são encaminhados aos Centros de Atenção Psicossocial para que haja um acompanhamento. “A mente humana é surpreendente e a dor psíquica que esses indivíduos sentem é insuportável”, relata a psicóloga.
As doenças mentais podem atingir pessoas de qualquer faixa etária e é importante estar atento a todos os sinais. As profissionais ressaltam que a mente comanda o corpo, os sentimentos e a forma de agir de cada indivíduo e que há tratamento específico para cada doença. “Tem como se estabilizar. No tratamento buscamos uma ressignificação, ou seja, encontrar um novo sentido na vida”, conclui a psicóloga Neusa.