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Crimes contra a vida crescem pelo menos 100% em Ijuí, afirma delegado

23 de julho de 2020

O número de crimes registrados contra a vida em Ijuí, em um período de cerca de um ano, aumentaram em pelo menos 100%. É o que destaca o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia e Ijuí, Maurício Posselt.

Somente no primeiro semestre de 2020, 15 homicídios consumados foram registrados, além de outras 20 tentativas. Se comparado com 2019, ao longo de todo o ano 11 pessoas morreram vítimas de homicídio. A diferença é ainda maior se forem analisados os números de 2018, quando quatro moradores foram mortos. Além disso, 105 armas de fogo já foram apreendidas em 2020 em Ijuí.

Segundo o delegado, pelo menos 90% dos crimes possuem relação com o tráfico de drogas, pois desde a metade do ano passado Ijuí passou a receber grupos ligados a facções criminosas e que disputam pontos de vendas de drogas. Posselt também enfatiza que a maioria dos indivíduos presos ou investigados são oriundos da região metropolitana e vem para Ijuí a mando de facções, a fim de cometer os crimes.

“O fato desses criminosos serem oriundos da região metropolita dificulta muito a investigação da polícia, pois na maioria das vezes as ordens partem de dentro das penitenciárias e as testemunhas que presenciam os crimes têm medo de depor e não querem se envolver”, destaca o delegado. Posselt também enfatiza que os criminosos fazem uso de um vasto armamento e que, de um tempo para cá, mudaram a forma de execução, desferindo sempre vários disparos, podendo atingir qualquer pessoa. 

A respeito do comando dessas facções sair de dentro das penitenciárias, o delegado enfatiza que existe uma ineficiência do estado no controle dos presos. Ele também defende a necessidade de um cercamento eletrônico, onde ninguém entra e ninguém sai da cidade sem ser filmado. “Com isso há a possibilidade de verificação das placas por câmeras, sendo que se há uma suspeita a viatura da polícia já recebe um sinal e realiza a abordagem. Em Porto Alegre, com o cercamento eletrônico houve uma grande diminuição dos furtos de veículos, por exemplo”, enfatiza.

Sobre o aumento do tráfico de drogas em Ijuí, o delegado afirma que o índice cresce na medida em que há usuários. ” O usuário hoje em Ijuí não é somente aquele que compra crack e maconha, que são as drogas mais baratas, mas também aquele morador da cobertura no centro que possui condições de adquirir cocaína, que é uma droga muito cara”, relata Posselt. O delegado defende também que deveria existir punição para o usuário, algo que hoje não ocorre no País.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí