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#CrisenaSaude: Sem acesso ao medicamento, dona Maria espera por um milagre

1 de dezembro de 2018

 A crise na saúde pública no Estado do Rio Grande do Sul, nos revela histórias nada inspiradoras. Milhares de pessoas que hoje sofrem com câncer, por si só, uma doença aterrorizadora, não conseguem acesso aos medicamentos necessários para o controle do problema. A Rádio Progresso foi em busca dessas histórias. Hoje contaremos a triste realidade da Dona Maria de Aguiar.

   Dona Maria Eunice de Aguiar(Foto), 60 anos, é moradora de Ijuí, reside em uma humilde residência localizada no Bairro Alvorada. Casada, tem no plano de Saúde do marido, funcionário público aposentado, a sua única esperança. Vó dedicada, cuida dos netos e dedica boa parte do seu tempo a um de seus filhos que possui Esquizofrenia, doença mental não rara.

Dona Maria descobriu sua doença há alguns meses. Ela sofre de Carcinoma de tireoide refratário, um tipo de câncer localizado na altura da garganta. Logo diagnosticada com a doença, imediatamente iniciou seu tratamento no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) de Ijuí. Seu médico, e fiel escudeiro nessa empreitada, Dr. Fábio Franke, coordenador do centro, foi a peça fundamental para o primeiro estágio do tratamento. Após uma cirurgia bem sucedida, Dona Maria deveria iniciar um tratamento através de medicamentos. Deveria.

    Fiel ao seu plano de saúde do IPE, compartilhado com o marido, e pago religiosamente em dia, Dona Maria, não poderia crer no que estava por vir. Ao fazer o pedido ao plano, pago por toda a vida, teve uma resposta negativa. (Como mostra a foto do laudo médico) “Vou toda a semana na farmácia do CACON, e a resposta é a mesma: Não temos esse medicamento” relata.

Sem tratamento adequado desde Setembro, dona Maria teme morrer, e desabafa: “Não posso morrer agora, tenho meus netos, meu filho que precisa de mim. Estou me apegando a Deus, e, tenho certeza que estou de pé por causa dele”. Durante a entrevista Dona Maria de Aguiar nos relata uma atitude desesperadora; “Estou tomando chás caseiros e até criolina, dizem que é bom”

O Medicamento prescrito pelo Dr, Fábio Franke é o LENVIMA, remédio que atua diretamente no câncer de tireoide. Outro problema – e não menos grave – é que, o tratamento não consta em nenhuma lista de distribuidores ao Sistema Único de Saúde, o que dificulta, ainda mais a situação.

Para conseguir ter acesso ao tratamento Dona Maria teria que gastar cerca de R$15mil todos os meses (Preço dos 14mg diário que ela necessita). “Não tenho a mínima condição de comprar esse remédio, e por isso as minhas esperanças são poucas” relatou.

A última saída, segundo ela, é recorrer à justiça para ter acesso ao medicamento. Explicou que já esteve em contato com a defensoria pública, esfera que poderá exigir que o plano de saúde, ou o estado, forneça esse remédio. Enquanto isso o câncer de Dona Maria está tão vivo quanto ela, a questão é, quem morrerá primeiro.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí.