Busca rápidaX

MANCHETES

Decisão da justiça suspende votação de Pacote de Eduardo Leite

17 de dezembro de 2019

Se depender da justiça nenhuma proposta do pacote de Eduardo Leite será votada neste ano. O desembargador Rui Portanova, do Tribunal de Justiça, acatou, no início da tarde desta terça-feira, um mandado de segurança protocolado pela deputada Luciana Genro (PSOL), pedindo o impedimento da votação da matéria que altera as regras de previdência estadual para os servidores civis, incluindo as alíquotas de contribuição de ativos e inativos. No despacho, o magistrado entendeu que esta proposta de lei complementar não pode ser votada antes da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que está prevista desde o início para janeiro, pois não pode tramitar em regime de urgência no parlamento. Este argumento embasou o pedido de Luciana Genro e também foi motivo de questionamento do deputado Edson Brum (MDB), que denunciavam a inconstitucionalidade da manobra de Eduardo Leite. A decisão foi comunicada logo ao início da sessão ordinária da Assembleia, por volta das 14h30min e impediu que as discussões iniciassem. Apenas os líderes de bancada ocuparam a tribuna para falar sobre o pacote, como prevê o regimento do parlamento, por volta das 15h20min, o deputado Vilmar Zanchin (MDB) anunciou, como porta-voz da mesa diretora, o teor do despacho do TJ e definiu o fim da sessão.

O líder do governo na Assembleia Legislativa, Frederico Antunes (PP), lamentou a estratégia de Luciana Genro de judicializar a matéria em detrimento da autonomia do parlamento. O deputado informou que vai tentar um recurso judicial para destravar a proposta e votar ainda nesta quarta-feira. Antunes assegura que o governo tem os votos necessários para aprovação da matéria (mínimo de 28) e comenta que uma emenda será incluída no texto original para atender a uma reivindicação dos deputados da base aliada, que alivia as alíquotas para quem ganha menos e aumenta as taxas para quem ganha mais. Enquanto a proposta original inclui alíquotas entre 14 e 18%, a emenda reduz para 7,5% a alíquota para quem ganha um salário mínimo (R$ 998), 9% para quem ganha entre R$ 998 e R$ 2 mil, 12% para quem recebe entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. No topo da carreira, as alíquotas subiriam para 19% para quem recebe entre R$ 20 mil e R$ 39 mil, e 22% para quem ganha acima de R$ 39 mil. Segundo Antunes, o impacto das mudanças seria de menos R$ 170 milhões ao ano. Ao final da sessão na Assembleia, o deputado Edson Brum (MDB) alertou que havia apontado a inconstitucionalidade da medida e comentou que o governo “pagou um mico”, ao não conseguir votar o pacote ainda neste ano, como projetava o governador Eduardo Leite.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí