Antes de protocolar as propostas de reforma da carreira dos servidores, o Governador Eduardo Leite convidou os deputados estaduais para apresentar os projetos em um café da manhã, nesta quarta-feira (13), no Palácio Piratini. Pela oposição, dois parlamentares marcaram presença, Fernando Marroni (PT) e Eduardo Loureiro (PDT), que concedeu entrevista exclusiva à Rádio Progresso de Ijuí na manhã desta quinta-feira (14). O parlamentar salientou que fez questão de atender o convite de Leite e do secretário-chefe da casa civil, Otomar Vivian, e afirmou que a apresentação do conjunto de medidas foi superficial, sem aprofundar os detalhes. A partir da primeira impressão, Loureiro avaliou as propostas como extremamente duras e compreende a necessidade de colocar freios para conter o avanço das despesas. No entanto, para o deputado, o governo erra ao não prever outro tipo de critério, para tornar atrativos a carreira para o servidor público e que isso pode afetar a qualidade na prestação de serviço à população. Eduardo Loureiro defende que sejam criados mecanismos de produtividade e avaliação do serviço público.
De acordo com o deputado pedetista, a categoria mais atingida é o magistério, que já sofre com falta de reajuste e pagamento de salários parcelados. Caso as medidas sejam aprovadas, Loureiro acredita que haverá uma deterioração do serviço público e como consequência, a qualidade do serviço deve ser ainda mais afetada. “Se a população já reclama, vai precarizar ainda mais o serviço público que o Governo está entregando para a sociedade, principalmente na área de segurança e educação, que são os mais impactados”, projeta. Questionado sobre a postura de Eduardo Leite, em relação ao diálogo, o deputado chama a atenção que não houve ainda oportunidade de diálogo da bancada do PDT com o governador. Segundo Loureiro, a postura da sigla é de independência, avaliando caso a caso, quais propostas os parlamentares concordam e votam a favor e quais discordam e votam contra. Como as propostas foram protocoladas no final da tarde de quarta-feira, o deputado informa que só a partir de agora terá acesso à íntegra dos textos e que técnicos do PDT e os próprios parlamentares vão analisar os detalhes e, posteriormente, apresentar propostas de alteração. “Aí vamos ver se o governo quer diálogo ou não. Vamos verificar na prática se isso vai acontecer”, disse Loureiro, que ouviu críticas de que Eduardo Leite tem promovido um diálogo restrito com as entidades sindicais. Embora considere importante medidas de austeridade e busca pelo equilíbrio do ponto de vista fiscal, o parlamentar ressalta que a bancada vai se reunir para decidir como vai proceder em relação ao pacote do Executivo. “Vamos nos posicionar de forma responsável. Não vamos nos omitir”, garante.