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Diagnosticado com leucemia aguda, Jair busca na pintura como complemento terapêutico

25 de maio de 2022

Receber o diagnóstico de uma doença jamais será algo fácil, seja ela qual for. Tanto para quem recebe a notícia quanto para os familiares e amigos, e quando se trata de descobrir uma doença grave, pode gerar momentos traumáticos. Amenizar o impacto emocional causado pela descoberta e também durante o tratamento que, dependendo do caso, pode ser agressivo ao organismo, faz parte da rotina do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI).

Diariamente, centenas de pacientes chegam ao HCI pelos mais variados motivos, e o acolhimento qualificado é um diferencial importante para o enfrentamento deste período delicado. É assim que o técnico de Enfermagem, de Três de Maio, Jair Antônio Dalle Molle, está encontrando conforto na pintura em tela. Diagnosticado com leucemia aguda há cerca de dois meses, no início Jair vivenciou uma verdadeira corrida contra o tempo passando por alguns hospitais até encontrar leito no HCI e iniciar imediatamente seu tratamento.

Longe de casa, desde que recebeu o diagnóstico, é na pintura em tela, um hobby que iniciou há 15 anos, e com o tempo se tornou também uma fonte complementar de renda, que o técnico de Enfermagem está enfrentando a luta contra a doença.

A delicadeza dos traços e as paisagens dos quadros chamam atenção dos colaboradores do HCI, que encantados passam pelo quarto de Jair para conferir o trabalho do artista, que está sob os cuidados do médico hematologista, Rômulo Cavalcante Serpa. Por meio de técnicas expressivas, como desenho, pintura, modelagem, colagem, música e outras, são estimulados o autoconhecimento e a criatividade em um espaço de cuidado. Essa prática integrativa auxilia na promoção, reabilitação e recuperação da saúde, bem como na prevenção de agravos. “Estudos comprovam que manter hábitos saudáveis e o contato com atividades que se aproximam da rotina que se tinha fora do hospital, contribuem para uma melhor resposta à quimioterapia e ao tratamento como um todo, sendo também importante para a autoestima”, conta o médico. “Não é preciso parar de viver e de fazer o que se gosta ou de sonhar. A Medicina evoluiu bastante e um diagnóstico não é mais uma sentença de fim. Manter uma rotina, ter hábitos saudáveis e uma visão positiva são partes importantes de qualquer tratamento”, aconselha Serpa.