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Entrevista com presidente de Patrimônio do São Luiz, Sadi Pereira

21 de setembro de 2019

Em agosto, o São Luiz anunciou planos para construção dum centro de treinamentos em Coronel Barros. A obra tem custo estimado em 3 milhões de reais. No dia 13 de setembro, o presidente de Patrimônio do clube, Sadi Pereira, recebeu a RPI no Estádio 19 de Outubro para falar sobre esse tema.

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Ouça a entrevista abaixo e leia alguns dos principais trechos da entrevista

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RPI: Quem trouxe a ideia do CT? Foi o clube que levou a ideia para Coronel Barros ou veio de lá para cá?

Sadi: O CT é um sonho antigo do São Luiz. Uma época se pensava até em vender o 19 de Outubro e comprar uma área maior para fazer o estádio e contruir o CT junto. Foi algo bastante discutido. Aí decidiu-se ficar aqui. Então tem que fazer o CT fora. Essa oportunidade surgiu por meio duma emenda parlamentar do deputado Perondi. Porque a grande dificuldade é recurso.

Ele veio e informou que seria possível conseguir uma verba para comprar a área e fazer a construção. E conversamos sobre isso. O São Luiz é de Ijuí, mas também da região. Conversamos com o prefeito de Coronel Barros que prontamente se prontificou a ajudar. A verba é federal. Ela tem que ir para o município. Não pode vir do público para ser investido no privado.

RPI: O local está definido?

Sadi: Tem gente que já mostrou interesse em vender a área. Mas tem que abrir edital, não pode ser algo direcionado. Tem que ser por menor preço. O ideal seria vir a verba para aquisição da área. Seria muito bom. Porque daí dá pra dar andamento no projeto. Por exemplo, depende da topografia. Imagina se precisa de terraplenagem… depois disso se faz o projeto e daí dá pra saber o quanto nós podemos fazer com essa verba.

RPI: A área vai ficar no nome do clube ou da prefeitura?

Sadi: Primeiro, a área vai ser da prefeitura. Quem vai fazer o projeto é o São Luiz. Se vai ser campo oficial, ou menor, grama sintética, vestiário…

RPI: Vai ser construído alojamento no local?

Sadi: Por isso a diretoria viajou para ver o CT do Três Passos e da Chapecoense. E eles não tem alojamento. A princípio, não. Mas não tem nada definido ainda. Isso tem que ser discutido.

RPI: No 19 de Outubro, quando vão inaugurar a nova iluminação?

Sadi: O Gauchão aqui geralmente é no verão e a demanda é muito grande. Ficávamos com medo quanto a se o sistema ia resistir. Graças a deus, sempre suportou. Mas sempre ficávamos com medo. Estava no limite. Além disso a luz era irregular. Luz baixa. Os próprios goleiros sentiam esse problema.

A própria federação cutucava a gente pra melhorar. E no contato do presidente Pittol com a Ceriluz, a Ceriluz deu uma baita mão. Hoje o novo sistema está pago e a intenção é inaugurar no final do ano. De repente fazer um triangular de preparação para o gauchão. Cada painel tem doze conjuntos. Dá pra colocar mais ainda. A princípio não vamos fazer. Mas se precisar, passando o tempo, podemos melhorar mais ainda.

RPI: Qual o próximo passo do departamento de patrimônio?

Sadi: O problema de fazer investimento é que tudo depende de recurso. Tendo dinheiro, você faz as coisas. Mas a ideia é a ampliação do estádio. Na Copa do Brasil, quando enfrentamos o time de Manaus, o próximo jogo seria contra o Corinthians se passássemos. E mesmo no Gauchão, se passássemos do Grêmio, ia ter que jogar fora. Porque não tem capacidade. Já que não vamos sair daqui, tem que ampliar.

RPI: O senhor fala em ampliação. Mas volta e meia surgem rumores do estádio sair daqui. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Sadi: Tinha interesse em sair daqui porque tinha um grupo Português de investir em Ijuí num Hotel e num Shopping. Era para ter duas torres. Uma interligada na outra. A questão política, econômica naquela época afetou e o pessoal tirou o time de campo. Mas estava bem alinhado. Eles vieram duas vezes aqui. Estava bem madura a questão, mas o país entrou num colapso financeiro e eles saíram. Tínhamos olhado a área atrás da Unijuí e morreu nisso aí. Hoje o Estádio vale mais ou menos 15 a 18 milhões. Mas a ideia da venda não tem mais.

Ano passado se colocou de novo, mas daí fizeram a avaliação. Para eles desmancharem tudo aqui…. além disso, íamos sair daqui para um estádio pronto. Tem um exemplo aí. O Cruzeiro de Porto Alegre, que agora está em Cachoeirinha. Mas o investidor achou que desmanchar tudo o que tá aqui ia ser muito pesado. E na diretoria e conselho também não havia consenso. Minha opinião era fazer isso. Fazer novo, já num padrão Fifa. Mas é no centro o estádio, é fácil chegar. Em meia hora tá lotado. Então é pensar em ampliação.

Temos que pensar lá na frente. Não podemos um dia estar na Série B? E Ijuí é regional. Temos que ter pelo menos 10 mil lugares. Fizemos um cálculo preliminar. Para ter isso, temos que ampliar os dois lados do pavilhão, fazer uma arquibancada atrás da Venâncio Aires. O espaço ali é pequeno. Temos que avançar até metade da rua. Como vamos fazer? A parte da geral tem que sair fora da atual área o estádio. Ali quem sabe dê para adaptar. E lá inclusive tem que fazer um segundo andar. Se não, não consegue. Certamente tem que fazer por etapa. E como fazer? Tem que ter recurso. Então estamos pensando em como buscar recursos. Estão surgindo ideias.

Esse ano que passou poderíamos ter faturado uns 700 mil reais a mais. Quanta gente podia ter vindo a mais. Mas não tinha espaço. O espaço do visitante cabe só 380 pessoas. Então, a primeira ideia é ampliar o pavilhão. Com cinco mil pessoas, podemos disputar a Série D. Mas se chega na final, tem que disputar em outro lugar. Nós queremos crescer.

Mas não dá pra pegar da verba da federação. Se tira dinheiro do futebol, dá errado.

RPI: Como vocês definem o valor que fica com o Patrimônio?

Sadi: Geralmente quando faz o patrocínio das camisas, parte do valor vem para o patrimônio. É nessa ocasião. Neste ano, a ideia é melhorar os banheiros. Também vai ser melhorada a enfermaria, com compra de aparelhos. Já conversamos com o doutor Pydd. Quando investimos no patrimônio, são valor já pré-determinados. O restante fica com o futebol. É muito pouco valor necessário para manter o patrimônio. Digo para vocês, 20 mil reais. O investimento no futebol é que é a alma do clube.

RPI: Algo que o senhor queira acrescentar?

Sadi: Devem vir fatos novos para o São Luiz em questão de investimento. Isso tem que se feito por nós ijuienses e pela região. Vão ser chamados empresas e associados. De uma forma ou outra, todo mundo vai ter que colaborar. Aqui para ampliar vai depender muito de nós todos.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí