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Especialista fala sobre a psicologia do Esporte

31 de janeiro de 2019

Em entrevista para Rádio Progresso, a psicóloga Patrícia Cassol Eickoff, trouxe alguns aspectos sobre a psicologia do esporte.

Que parece ao falar de “psicologia do esporte” é algo novo, porém, essa ciência já tem alguns anos de marco histórico. Em 1928 Goleman na América do Norte escreveu o livro titulado de “psicologia para atletas” após disso está área se expandiu para o mundo , ocorrendo vários episódios importantes entre eles o surgimento da primeira academia de pesquisa em psicologia esporte em Roma ( 1968). A situação é que no Brasil chegou esta titulação um pouco tarde, somente em 2000 foi reconhecida como uma especialização. No entanto, é importante lembrar que na copa do mundo de 58, existia um psicólogo que atuava junto com a comissão técnica. O nome dele é João Carvalhaes, seu trabalho foi de avaliação através de testes e orientações, entre outros trabalhos não divulgados. O profissional realizou um trabalho ao qual o utilizou-se do conhecimento da Psicologia, havendo uma mudança de comportamento e certamente pensamento. A escolha das tarefas utilizadas e sua condução para o auxílio da equipe consideraram vários fragmentos, entre eles o mais visível e discutido que era a maneira que e forma que estavam nomeando e caracterizando os jogadores com pontos negativos e mostrando um fracasso (Cabeça baixa, ombros curvados, imaturos, emocionalmente vulneráveis entre outras desqualificações), nesta notícia o lateral esquerdo Nilton Santos vê a psicologia como um aporte de ajuda, comunicando a imprensa com a simples frase “aprendemos a sorrir”, ou seja, mudou a postura corporal e mental frente ao que estava sendo apresentado. Este mesmo psicólogo ocasionou também uma polêmica em anunciar que o jogador Garrinja não estaria preparado para a copa do mundo, fazendo assim uma intervenção na escalação.

Escrevi um pouco da história da psicologia do esporte para mostrar que ela já foi presente em um momento importante que foi a copa do mundo ao qual auxílio nos resultados, saliento que não depende só da psicologia, mas do diálogo de uma comissão técnica ao qual faz parte e a comissão técnica um dialogo com os jogadores, um trabalho em conjunto ao qual cada qual coloca seu saber e suas habilidades para torna-se visível às potencialidades e alcançar os objetivos.

Hoje a psicologia do esporte é pouca propagada em virtude que existem poucos profissionais com o perfil para este cargo e dispostos a trabalhar neste campo, bem como poucos psicólogos que se dedicam a desenvolver pesquisas, estudos e analisar o cenário que gira em torno do esporte. Saliento que a psicologia do esporte não se limita só para o atleta, MAS PARA TODO O ENVOLTÓRIO DO ESPORTE, entre eles: os clubes, diretorias, dirigentes, treinadores, juízes, familiares entre outras pessoas que compõem o arco esportivo como também instituições que interferem direta ou indiretamente. Ou seja, é necessário examinar e estudar outros fatores como: mídia, torcida, patrocínio, salario, ambiente entre outras variantes, juntamente com o que é próprio do humano (reflexo): ansiedade, medo, oscilação, rendimento, angustia, sonhos, emoções entre outras que está intercalada com processos cognitivos, atenção, concentração, criatividade, resposta da ação rápida, tomada de decisão. O campo psicológico é enorme bem como as inúmeras variantes que o esporte proporciona.

O psicólogo do esporte geralmente faz leituras diversas sobre a situação e demanda apresentada, uma vez que trabalha com o comportamento e processos mentais oriundos da prática esportiva. Novamente lembro de João Carvalhes que além de ser licenciado em psicologia era jornalista, e quando chegava uma notícia ele analisava o contexto e tentava captar alguma resposta ou entender o motivo dos resultados, ações e pensamentos, ele fazia muito isto com as reportagens sobre boxe que chegavam em sua mesa de redação.

No entanto, a psicologia do esporte também trabalha em outras linhas que se dividem em quatro campos de trabalho: esporte de rendimento (trabalho com a performance dos atletas, analisa e transforma os determinantes psíquicos que interferem no rendimento individual e/ou grupo esportivo.), esporte escolar (princípios socioeducativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer), esporte recreativo (visa o bem-estar para todas as pessoas, faz elo com a educação permanente em saúde) e o esporte de reabilitação (trabalho voltado para a prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva). Para, além disso, o psicólogo tem Três eixos: Ensino (ser professor nas universidades e ensinar através de disciplina a temática sobre psicologia do esporte), Intervenção (realiza teste, avaliações e conduz a potencializar habilidades e adquirir novas) e de Pesquisa também conhecida como analise (faz estudos de diversos fatores e situações no esporte através da psicologia).

Quando se fala em base, também é recordado o trabalho do psicólogo, já que é um requisito essencial para o clube ser reconhecido como CCF (Certificado de Clube formador), ao qual consta no item sete do documento da Federação gaúcha de Futebol https://www.fgf.com.br/public/uploads/uploads/58a480f4879c6DOCUMENTA%C3%87%C3%83O_DE_CLUBE_FORMADOR_PARA_CATEGORIA_2017.pdf e no site da Indústria da Base está escrito de forma resumida https://industriadebase.com/o-que-%C3%A9-ser-um-clube-formador-21106b86c1b5.

O trabalho da base merece uma atenção especial, pois a abordagem é ampla em virtude que está em processo à formação do atleta juntamente com uma etapa importante da vida, a mudança de criança- adolescente, de adolescente para adulto, assim suas reações emocionais são mais impulsivas e distintas, momento oportuno para ir aprendendo a lidar com situações e associar elas melhor ao esporte”.

vidas e sugestões de assuntos podem ser enviadas para o e-mail [email protected] ou [email protected]

Patricia Cassol Eickhoff

Especialização em Psicologia do esporte

Atuante no grupo de pesquisa sobre psicologia do esporte e exercício

Mestranda em Educação nas ciências