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“Espero que haja uma condenação exemplar”, diz promotor que atuará no Caso Maria Eduarda

16 de novembro de 2021

O promotor de Justiça, Caio Isola de Aro, que vai atuar na acusação no caso Maria Eduarda Zambon, concedeu entrevista à reportagem da Rádio Progresso. Ao relembrar os fatos, ele destacou que deseja uma pena exemplar para o réu Pedro Alberto Zimmermann, de 54 anos, acusado de matar, estuprar e ocultar o cadáver da adolescente, na época com 15 anos.

Em linhas gerais, a acusação é por estupro, homicídio com algumas qualificadoras como por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima, dissimulação, feminicídio e ocultação de cadáver. Essas são as acusações que balizaram a denúncia e o processo, mas as teses que serão exploradas não poderão ser antecipadas e o julgamento desta quarta-feira é um marco importante onde serão produzidas novas provas”, disse o promotor.

Sobre a defesa poder alegar insanidade mental para que não haja punição ao réu, o promotor acredita que a tese não será abordada. “O Ministério Público pensa que é inviável que isso seja discutido em plenário. Nada há indicar que o réu era inconsciente de entender o caráter ilícito do que ele estava praticando”, revela.

Questionado sobre as expectativas que têm quanto ao júri, o promotor espera que seja a representação da Justiça. “Que haja uma condenação exemplar aos graves e sórdidos atos que foram praticados contra uma adolescente em tenra idade. É um caso a servir como busca da justiça. É um caso muito importante se não o mais importante um dos mais importantes da minha carreira. Queremos buscar a justiça para Maria Eduarda e toda a sua família”, conclui.

O júri 

O júri será presidido pela juíza que preside a Comarca de Catuípe, a doutora Rosmeri Oesterreich Krüger, com início previsto para as 9h30. Atuará na defesa o Advogado Dr. Clóvis Edivon Willms. Por conta de questões particulares, o promotor de justiça Nilton Kastcin dos Santos não estará na acusação. Para o caso foi designado o promotor Caio Isola de Aro, da Comarca de Sarandi.

A segurança do julgamento e das pessoas envolvidas ficará a cargo do serviço de vigilância do Fórum, Brigada Militar e Núcleo de Inteligência do Judiciário.. O acesso à imprensa é uma questão ainda não totalmente definida, que está sendo tratada junto ao Setor de Imprensa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O júri era para ter ocorrido há um ano, mas foi transferido por questões sanitárias após um pedido da defesa.

O caso

Maria Eduarda residia no interior de Catuípe e, em 29 de março de 2019, aguardava pelo transporte escolar — oferecido pela prefeitura — em frente à residência da família. Segundo a acusação, naquele dia, o motorista apareceu no local usando o seu carro particular. Depois disso, a vítima desapareceu no trajeto para a escola. O corpo foi encontrado um dia depois em um matagal com sinais de estrangulamento e de violência sexual.  A suspeita é de que o acusado teria dito que o ônibus usado para o transporte teria estragado. Família e professores ficaram preocupados porque a garota não chegou ao colégio onde estudava. 

Zimmermann negou o crime, mas a polícia informou que ele apresentou versões contraditórias. O réu, na ocasião, foi localizado com o pescoço cortado e a investigação apontou que ele tentou tirar a própria vida. O suspeito foi preso logo após o fato e depois foi encaminhado para a Penitenciária Modulada de Ijuí.

Fonte: Rádio Progresso