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Estiagem derruba PIB gaúcho no primeiro trimestre do ano, que cai 3,3%

10 de junho de 2020

O Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul caiu 3,3% no primeiro trimestre de 2020. Os dados foram divulgados em transmissão ao vivo pelas redes sociais na manhã desta quarta-feira (10) pelo Departamento de Economia e Estatística do Governo do Estado. O impacto do coronavírus ainda não foi totalmente sentido neste cálculo do PIB, pois os efeitos da pandemia iniciaram em março e serão mais percebidos a partir da próxima divulgação. O resultado negativo foi muito influenciado pelos efeitos da estiagem, que na agropecuária registrou queda elevada de 14,9% no período. Com o início dos efeitos do coronavírus em março, os setores de serviços e indústria no Estado também caíram, com resultados piores do que o Brasil. Serviços teve queda de 1,2% e indústria registrou retração de 4,6% entre janeiro e março de 2020.

Ao analisar os segmentos da agropecuária, os efeitos da estiagem são ainda mais percebidos. O arroz, por exemplo, teve crescimento de 4,4% no primeiro trimestre de 2020, em razão da produção ser irrigada e assim não necessitar de chuva. No entanto, duas das culturas mais importantes da economia gaúcha tiveram quedas expressivas, que devem inclusive se intensificar no próximo cálculo. A Soja recuou 27,7% e o milho caiu 19,3%. A estiagem também fez despencar os indicadores de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana que iniciaram 2020 com retração de 18%, influenciados principalmente pela produção de hidrelétricas, que viram o nível dos reservatórios caírem.

Embora neste primeiro trimestre os efeitos da pandemia da covid-19 fossem sentidos apenas em março, os pesquisadores do DEE ressaltaram que setores que apresentavam crescimento até fevereiro, registraram resultado negativo, diante da queda expressiva pelas restrições das atividades econômicas no Estado. Os casos mais impactados estão no setor de serviços, como tecidos, vestuário e calçados, com queda de 23,5%, veículos, que caiu 14,8% e também combustíveis, cuja retração foi de 9,1%. No setor de comércio, segmentos tiveram elevação mesmo em março, já com os efeitos da pandemia. Casos como o de hipermercados e supermercados, com alta de 6,8%, artigos de uso pessoal e doméstico, elevação de 9,4% e artigos farmacêuticos, que subiu 1,7%, no primeiro trimestre de 2020.

Na comparação com o quarto trimestre de 2019, o desempenho do PIB gaúcho recuou 2,7%. A queda foi quase o dobro do país, que neste período caiu 1,5%. Nesta base de comparação, a queda na agropecuária é ainda maior: 16,9%. Serviços e indústria caíram 1,3% cada no primeiro trimestre do ano, em relação ao trimestre imediatamente anterior. No acumulado de 12 meses, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 0,5%, ainda influenciado pelos bons resultados do início de 2019, embora a desaceleração do segundo semestre faz o Brasil crescer 0,9% neste período. Para o próximo trimestre, o resultado negativo na economia gaúcha deve ser ainda mais expressiva, pois entra na época da safra de soja e milho, que sofrem com o impacto da estiagem e ainda deve acentuar a queda de outros setores, em razão dos efeitos da pandemia da covid-19.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí