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Estiagem persistente aumenta prejuízos na região de Ijuí e causa até falta de água

23 de abril de 2020

A falta de chuva na região de Ijuí faz com que se mantenha a estiagem que causa grandes prejuízos na agricultura desde o final do ano passado. As perdas maiores estão na soja, milho e produção leiteira. Praticamente todas as prefeituras decretaram situação de emergência em razão da seca.

Em Bozano, as perdas estão estimadas em cerca de 40 milhões de reais e o decreto de emergência ainda não foi reconhecido pelo governo gaúcho. Já no município de Augusto Pestana, o prejuízo supera 85 milhões de reais. No município de Ijuí, as perdas estão acima de 156 milhões de reais, pois esse número ainda se refere ao último levantamento feito pela Emater, há cerca de um mês.

Ijuí também decretou emergência. A safra da soja deste ano na Colmeia do Trabalho fechou com produtividade média de 33 sacas por hectare. Os cerca de dois mil e 500 hectares de milho de segunda safra estão totalmente perdidos devido à seca.

De acordo com o agrônomo do escritório local da Emater em Ijuí, João Buratti, havia mil e 800 hectares para silagem e o restante para grão. Agricultores até arriscam produzir silagem, mas a produção é de qualidade muito ruim, visto as espigas pequenas e falta de grão, além de poucas folhas da planta.

Já em relação ao milho safrinha para colheita em Ijuí, muitos produtores passam maquinários para deixar como palha de cobertura do solo, visto que o rendimento é estimado entre 10 e 20 sacas por hectare.

João Buratti também afirma que as pastagens estão muito ruins. Aliás, no atual momento já deveria ter pastagem para alimentação dos animais, porém, não é o que acontece. Segundo ele, as pastagens que germinaram ou em germinação, sofrem bastante com a falta de chuva ou estão morrendo. Isso impacta sobremaneira na produção de leite.

O agrônomo considera que a região de Ijuí sofre uma espécie de segunda estiagem no mesmo período, pois em situações semelhantes em anos anteriores, dificilmente a falta de chuva persistia no mês de abril.

Na localidade de Rincão dos Fabrim, por exemplo, o poço artesiano da associação de moradores já secou. Vários outros poços que disponibilizam água para moradores de Ijuí estão com vazão muita baixa. Por outro lado, entre 20 e 30% dos bebedouros abertos pela prefeitura ijuiense para disponibilizar água aos animais estão secos.

A realidade é praticamente a mesma no município de Jóia. O prefeito, Adriano Marangon de Lima, frisou que a Emater realiza novo levantamento de perdas. O cálculo anterior indicava prejuízos de 253 milhões de reais em razão da estiagem.

Semana passada o governo federal reconheceu a situação de emergência decretada pela prefeitura de Jóia. No tocante à safra de soja, Marangon explicou que a área com melhor produtividade foi no limite com Tupanciretã, região da comunidade de Santa Tecla, onde o rendimento máximo chegou a 40 sacas por hectare.

Porém, em outras áreas, que compreende a maior parte de Jóia, a produtividade de soja ficou entre 15 e 20 sacas por hectare. As pastagens sofrem muito com a falta de chuva. O prefeito joiense ressaltou que já existem comentários de mortes de bovinos, possivelmente em virtude da falta de água e alimentação.

Nessa semana, por exemplo, uma vaca morreu no Assentamento Tarumã. A prefeitura realiza abertura de bebedouros para água aos animais em várias localidades do interior. Nas comunidades de Rincão dos Machados, Esquina Santo Antônio e Cará, a prefeitura efetua abastecimento de água para famílias, através de um veículo do município.

Já em Ajuricaba, nesta semana, o governo gaúcho reconheceu o decreto de emergência pela estiagem. Conforme o coordenador de gabinete da prefeitura e secretário da Defesa Civil, Josemar Martins, as perdas causadas pela falta de chuva superam 70 milhões de reais.

Neste momento, um dos segmentos mais afetados é a produção leiteira. Além disso, Ajuricaba sofre prejuízos na piscicultura, área em que há muitos produtores no município. Existem relatos de aproximadamente cinco piscicultores que perderam, em média, cerca de cinco mil reais em razão da morte de peixes, visto a baixa vazão dos açudes.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí