No momento em que os prejuízos em função da estiagem começam a se avolumar, a Federação de Agricultura do Estado, a Farsul, busca alternativas para diminuir os prejuízos dos agricultores. De acordo com o economista-chefe da Federação, Antônio da Luz, o trabalho de mediação junto ao governo federal ocorre em dois âmbitos.
De um lado, os produtores que estão dentro do sistema financeiro, ou seja, que possuem negociações de venda de produtos agrícolas e financiamentos adquiridos em instituições bancárias. Neste caso, a pedida da Farsul é um prazo de carência de 10 anos para dívidas e contratos de comercialização dos produtores afetados. Para quem tem dívidas fora do sistema financeiro, como débitos com cerealistas, cooperativas e empresas de insumos, a intenção é fazer a chamada produção estruturada.
Nesse caso, o agricultor emitira CPRs, que são cédulas de produção rural, baseadas em estimativas de produção futura, e entrega a seus credores. Com apoio do BNDES, o governo compraria essas CPRs, repassando o dinheiro aos credores do produtor rural e, futuramente, recebendo os produtos agrícolas como forma de pagamento. Segundo o economista Antônio da Luz, essa medida, além de monetarizar o setor agrícola, garante lucros ao BNDES e impede que os produtores acumulem dívidas.
Ainda conforme o economista da Farsul, até o momento o governo federal, através do Ministério da Agricultura, tem sido receptivo às solicitações da entidade para mediar a crise provocada pela estiagem.