Busca rápidaX

MANCHETES

Fim do horário de verão

17 de fevereiro de 2018

O horário de verão acaba neste final de semana. Na meia noite de sábado para domingo, os moradores das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Distrito Federal devem voltar uma hora em seus relógios. As opiniões pessoais sobre a mudança divergem radicalmente – há quem ame e quem odeie o horário de verão. E o tema tem sido assunto de discussões também no âmbito federal.

O Governo chegou a cogitar extinguir o horário de verão no ano passado, mas, como não teve tempo hábil, adiou a decisão para 2018. O principal argumento é a economia de energia, que seria pequena, de 0,5% no país. Para o professor da PUCRS Odilon Francisco Duarte, que coordena o Laboratório de Eficiência Energética da universidade, acabar com a medida seria um retrocesso. Ele destaca o impacto econômico do horário de verão, além da redução de consumo.

“Indiretamente, a grande economia está na não coincidência da demanda, ou seja, o horário de verão não faz com que as pessoas diminuam o seu consumo, e dessa maneira a demanda cai e tem uma redução de 4,5% e 5%, um percentual que parece pequeno traz uma economia superior a R$8 bilhões”, explica o professor.

Outro argumento do governo é a redução, nos últimos cinco anos, desse índice de economia de energia. No entanto, o professor Duarte ressalta que isso tem relação com um maior poder de compra da população.

“Aí está o grande vilão, o ar condicionado. As pessoas têm adquirido mais esse eletrodoméstico e ele está reduzindo essa economia, não na demanda, mas estão tendo menor economia”, relata.

No Rio Grande do Sul, a CEEE, que abastece parte da região metropolitana, sul, litoral e campanha do Estado, estima que a redução de consumo de energia deve ficar em torno de 0,7 %. A RGE, que abastece o norte e o nordeste do estado, espera 0,22 % de economia no consumo, mas redução de quase 3,1 % na demanda. 

A situação é similar para a RGE Sul, que leva energia para região metropolitana, centro e leste do Estado. A concessionária registrou 0,16 % de redução no consumo, mas 3,16% na demanda. O gerente de relacionamento com poder público e grandes clientes da RGE e RGE Sul, Edson Braz, destaca a importância do horário de verão para as concessionárias, apesar de reduções nem tão significativas no consumo.

“O horário de verão não tem ainda uma adesão de 100% da população brasileira. Nós como concessionária identificamos um ganho e pra nós esse ganho é importante porque nós estamos olhando o todo. Obviamente cada pessoa tem sua forma de pensar, mas eu entendo que ainda seja essencial o uso desse período”, afirma o gerente da RGE Sul.

O Governo Federal estuda realizar um plebiscito para definir o futuro do horário de verão. Caso a medida se mantenha neste ano, o período de mudança será 15 dias mais curto, começando apenas no dia 4 de novembro, após o segundo turno das eleições.