No documento, o órgão descreveu pontos de infiltrações no teto, paredes com pintura descascada e a presença de mofo. Para elaborar o relatório, agentes da vigilância sanitária fizeram um trabalho minucioso de inspeção dentro do hospital. A partir dessa análise detalhada em cada setor da instituição foram encontradas irregularidades.
Uma delas está no estoque de medicamentos. No local, agentes sanitários notaram que a temperatura da geladeira que armazena os remédios não estava adequada. Foi constatado um desnível na porta do equipamento, o que compromete o funcionamento. Além disso, em alguns setores do hospital faltam medicamentos.
Centro de esterilização foi interditado
Um dos locais interditados foi o Centro de Material e Esterilização. Entre os problemas encontrados estão a falta de sinalização adequada e materiais básicos, como álcool gel e aventais impermeáveis.
Além da interdição, foram constatados problemas no bloco cirúrgico, que está com as atividades temporariamente suspensas. Entre as irregularidades apontadas, estão a falta de equipamento para renovação de ar, buraco no forro e a existência de piso em material impróprio. Também foi encontrada água destilada vencida há seis meses. O relatório aponta ainda baixo número de profissionais, falta de estrutura das salas, ausência de sabão e até papel toalha.
"O mais grave no meu ponto de vista foi a situação da central de material e esterilização e o bloco cirúrgico, tanto que foi interditado, não pode funcionar pela necessidade daquelas adequações. Há uma preocupação pois se trata de um hospital que atende a população de Santa Rosa", entende o promotor de Justiça Marcelo Augusto Squarça.
Agora a direção do hospital precisa apresentar um plano de melhorias com previsão de gastos e datas em uma reunião no dia 13 de julho.
Contraponto
O presidente do Hospital Dom Bosco, Milton Dummel, por telefone, reconheceu alguns dos problemas apontados pela fundação municipal de saúde. E disse que vai cumprir com as determinações do Ministério Público.
Sobre a interdição do centro de material e esterilização, o presidente disse que deve assinar nesta sexta-feira (7) um convênio pra terceirizar temporariamente o serviço, o que vai possibilitar a retomada dos atendimentos no bloco cirúrgico. Ele disse ainda que está fazendo todas as adequações necessárias, com base no que foi apontado no relatório da vigilância sanitária.