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Inadimplência elevada trava queda de juros no País

1 de novembro de 2019

Em decisão recente, o comitê de política monetária do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 5,5% para 5% ao ano — o menor patamar histórico.

A taxa tem como objetivo balizar os juros praticados no País. Por outro lado, o que se vê na chamada economia real são juros bem mais altos – em média, as operações de crédito contém 12% de juros ao ano, segundo o próprio BC.

Para o professor de Economia da Unijuí, Argemiro Brum, há duas razões estruturais para que, mesmo com os esforços do Copom, as taxas de juros sigam elevadas.

“Uma primeira explicação, que vem do setor financeiro, é a de que temos uma inadimplência muito grande. Hoje, 41% das pessoas adultas são inadimplentes, e 26% das famílias possuem contas em atraso, então são índices muito elevados. Com isso, os bancos querem se precaver quanto a essa inadimplência, e fazem isso através dos juros mais elevados”, avalia Brum.

Outra razão apontada é o monopólio de instituições financeiras no País. “Temos uma alta concentração de poder econômico dentro do nosso sistema financeiro, com 5 bancos que dominam esse setor. Esse monopólio impede a concorrência, então esses bancos não têm razão para reduzir os juros que cobram, porque é através deles que as instituições financeiras lucram”, aponta.

Atualmente, modalidades como o cheque especial têm juros de 306% ao ano. Já o cartão de crédito rotativo apresenta juros 307%, enquanto o empréstimo pessoal não consignado chega a uma taxa de 116,5% ao ano.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí.