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Manejo inadequado é o responsável pelos danos do agrotóxico 2,4-D, avalia Emater

4 de dezembro de 2019

 Em reunião do grupo de trabalho criado pelo Estado para tratar das questões e promover ações relativas à utilização do agrotóxico 2,4-D, foi decidido ontem (3),  pela suspensão de uso do produto, em caráter excepcional, até 31 de dezembro. Em contato nesta manhã com o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do estado do Rio Grande do Sul (Sepadr) Covatti Filho, ele falou sobre a proibição. Segundo o titular da pasta, o principal motivo pela suspensão se dá devido à greve dos fiscais agropecuários. Assim que os profissionais retomarem o trabalho, a aplicação do 2,4-D volta a ser liberada.

Dados divulgados na semana passada apontam que 143 amostras do agrotóxico foram analisadas, dessas, 132 mostraram resultado positivo. Todas foram coletadas após denúncias feitas por produtores rurais em canais criados pela Sepadr para atender casos de suspeita de ocorrência de derivados do 2,4-D, e outros agrotóxicos hormonais em culturas sensíveis como macieira, videira, oliveira, nogueira-pecã, erva-mate, tomate e hortaliças.

Para falar sobre o tema, a Rádio Progresso recebeu nesta manhã os agrônomos da Emater, Douglas Iske e Gilberto Bortolini. Segundo eles, assim como acontece com outros agrotóxicos, o 2,4-D não causaria tantos problemas se o manejo ocorresse de maneira adequada. Os engenheiros afirmam que o uso indicado do referido agrotóxico deveria ser feito somente no período do inverno, porém, muitos agricultores vem utilizando o defensivo no verão para combater a buva, e muitas vezes esse uso ocorre de forma inadequada. Os profissionais da Emater afirmam que todas as informações sobre como utilizar o agrotóxico estão contidas na Bula, porém, nem sempre elas são respeitadas.

Os laudos positivos abrangem 16 dos 24 municípios contemplados por instruções normativas publicadas este ano, que estabeleceram normas como cadastro de aplicadores de agrotóxicos hormonais e venda orientada do produto.

Os municípios com maior número de laudos positivos para 2,4-D foram Jaguari (27), Dom Pedrito (7), Santiago (6), Santana do Livramento (5), São Sepé (4), São Borja (4) e Bagé (4). No total, 103 propriedades foram afetadas pela deriva de 2,4-D.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí