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Medicamento contra câncer acelera recuperação de casos graves de covid-19

15 de junho de 2020

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) veem possibilidades de fortalecer a luta contra o novo coronavírus por meio de um medicamento feito para estimular o sistema imune no combate ao câncer. O fármaco está em fase de testes clínicos.

Segundo informações da Agência Fapesp, testes com cinco pacientes mostraram respostas positivas do medicamento contra o coronavírus. Os pacientes enfrentavam tumores na bexiga e chegaram a estado grave de covid-19. A associação do imunoterápico com antibióticos e corticoides amenizou a resposta inflamatória desregulada no pulmão e diminuiu o tempo médio de internação, de 18 para 10 dias, sem precisar de intubação.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) veem possibilidades de fortalecer a luta contra o novo coronavírus por meio de um medicamento feito para estimular o sistema imune no combate ao câncer. O fármaco está em fase de testes clínicos.

Segundo informações da Agência Fapesp, testes com cinco pacientes mostraram respostas positivas do medicamento contra o coronavírus. Os pacientes enfrentavam tumores na bexiga e chegaram a estado grave de covid-19. A associação do imunoterápico com antibióticos e corticoides amenizou a resposta inflamatória desregulada no pulmão e diminuiu o tempo médio de internação, de 18 para 10 dias, sem precisar de intubação.

A agência informa que detalhes de um caso emblemático foram descritos em um artigo no repositório Social Science Research Network, ainda sem revisão por pares. Um paciente de 78 anos contraiu o coronavírus durante um cruzeiro pela costa brasileira e foi tratado no Hospital Municipal de Paulínia, cidade perto de Campinas. O idoso chegou à unidade de saúde com 50% do pulmão comprometido, febre, dor de cabeça, falta de apetite, dificuldade para respirar e nível de oxigenação no sangue abaixo do normal.

O paciente resistiu à intubação por ser tabagista e portador de doenças crônicas e temer não sair vivo da ventilação mecânica. Após conversas com a família, a equipe médica decidiu fazer apenas a suplementação de oxigênio por cateter intranasal e administrar o imunoterápico associado aos antibióticos e corticoides do protocolo padrão do hospital, conforma conta o pesquisador Wagner José Fávaro, professor da Unicamp e coordenador do estudo. Passadas 72 horas de internação, os marcadores inflamatórios no sangue tinham diminuído significativamente, e alguns sintomas haviam sido reduzidos ou mesmo sumiram. No 10º dia ele teve alta, segundo o pesquisador.

Resultados semelhantes foram observados em outros quatro pacientes, todos com mais de 65 anos e portadores de câncer de bexiga e de outras doenças crônicas. O imunoterápico foi batizado como “OncoTherad”, desenvolvido há cerca de 13 anos para estimular o sistema imune contra infecções e tumores. Hoje, os estudiosos testam sua eficácia contra o câncer de bexiga avançado e, mais recentemente, contra a covid-19.

Se os novos estudos confirmarem o potencial do imunoterápico contra os casos graves de coronavírus, os custos com a internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) podem diminuir. Segundo a Fapesp, isso ocorreria em função da redução da necessidade de ventilação mecânica, o que ampliaria o número de pacientes graves que podem ter sucesso no tratamento.

Fonte: Agência Fapesp