Desde que surgiram as primeiras informações sobre o novo coronavírus, o município de Santa Cruz do Sul está em alerta. De acordo com o secretário de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, a pasta tem realizado uma série de reuniões sobre o assunto com técnicos da área. A intenção é preparar a rede municipal de saúde para algum eventual registro de caso suspeito da doença.
O secretário ressaltou a presença de inúmeras pessoas em Santa Cruz vindas da China. Além do turismo, muitos chineses viajam para o município para realizar negócios com as indústrias fumageiras. O país asiático é um dos principais compradores do produto brasileiro.
Desde essa terça-feira, 28, a Secretaria recebe relatórios da Vigilância Sanitária do Estado e do Ministério da Saúde sobre o coronavírus. Com base nisso, o município passou a traçar algumas estratégias. “Ontem mesmo a nossa Vigilância Epidemiológica realizou um levantamento junto às unidades fumageiras, que são as que mais recebem chineses no nosso município e, a partir disso, nós teremos o nome das pessoas que vieram até a nossa cidade, quanto tempo permaneceram e quais são as suas origens”, ressalta o secretário.
Segundo Régis de Oliveira Júnior, também será feito um levantamento com as agências de viagem para a identificação de moradores de Santa Cruz que tenham ido para a China ou estado em uma dessas áreas consideradas de contaminação.
Além disso, haverá uma reorganização no fluxo de atendimento da Secretaria Municipal de Saúde. A intenção é repassar orientações aos serviços de pronto atendimento para que estejam preparados caso recebam pacientes suspeitos de coronavírus ou com qualquer sintoma relacionado à doença. Os ambientes dos hospitais também serão organizados para evitar possíveis contaminações. A ideia é que o município tenha um lugar específico para atendimento e com leitos de isolamento.
Régis abordou ainda a importância de a comunidade não espalhar Fake News e se abastecer de informações pelos sites oficiais do município. A prefeitura vai disponibilizar um boletim epidemiológico com informações técnicas e em tempo real sobre a doença.
A responsável pela Vigilância Epidemiológica de Santa Cruz, Luciane Weiss Kist, explica que os sintomas são bastante comuns aos de outras doenças. Entre os critérios clínicos para definir se uma pessoa é suspeita de estar com o coronavírus estão febre e problemas respiratórios como tosse e dificuldade para respirar.
Apesar disso, Luciane explica que não basta ter o sintoma clínico pois a doença se confunde com outras infecções gripes e resfriados. “Necessariamente deve ter tido algum tipo de contato próximo nas duas últimas semanas com alguém que veio de um território que é considerado contaminado”, ressalta. Além disso, também é avaliada a possibilidade de Influenza ou outras patologias e vírus respiratórios. “São precauções básicas. Não há motivos para pânico”, afirma.