Em entrevista à Rádio Progresso de Ijuí, o policial militar gaúcho Celso Carivali, natural de Viamão, que hoje reside em Manaus, falou sobre a situação que os PMs vivem em relação ao coronavírus.
Após completar sete dias seguidos com mais de 100 óbitos por dia, a capital do Amazonas vê o colapso no sistema funerário se intensificar. E o prazo para evitar que faltem caixões para os mortos fica ainda mais apertado.
Mesmo diante dessa situação, Celso afirma que falta preocupação e conscientização por parte da comunidade é muito visível. “As pessoas se negam a respeitar o isolamento e a evitar aglomerações, aqui o povo gosta de festa, de estar na rua de segunda à segunda, e a situação continua assim”, relata, em tom de desabafo o PM, que já vive há 20 anos em Manaus.
Segundo ele, muitos colegas de profissão já foram a óbito, contraíram a covid-19 enquanto atuavam, enquanto trabalhavam para fechar os locais de aglomeração. Mas, segundo Celso, na media em que os PMs saem dos locais, os proprietários imediatamente reabrem.
O policial relata ainda que Manaus já sofre com a situação de saúde pública há mais de 10 anos, e agora, com a pandemia de coronavírus, a situação só complicou. Segundo ele, a falta de comprometimento por parte dos governantes é um dos grandes motivos pela propagação do vírus. “Somos um estado rico, temos uma economia e uma área industrial muito forte, mas o governo não olha pro povo” finaliza Celso.
A falta de caixões já não é o único sintoma do caos funerário na capital do Amazonas. Com a alta demanda por sepultamentos, a força de trabalho atual já dá sinais de esgotamento. E o serviço se acumula. “As pessoas não podem ao menos ter um enterro digno” finaliza o policial.