A Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar, prendeu 15 pessoas, hoje, em Cruz Alta, durante a operação La Catedral. A iniciativa teve como objetivo coibir ações de integrantes de grupos criminosos que disputam o controle no presídio de Cruz Alta, inclusive com ameaças à agentes penitenciários. Também houve apreensão de quatro revólveres, uma garrucha, uma espingarda, uma pistola 9mm, munições, celulares, um drone, uma motocicleta, uma adaga, um notebook, dois coldres e pequena quantidade de substância semelhante à maconha.
A ação deste domingo também foi motivada devido a ameaças feitas a agentes penitenciários, após a transferência de 14 presidiários, visto o tumulto no presídio de Cruz Alta, que terminou num apenado morto e dois feridos na tarde de terça-feira passada. Segundo a Polícia Civil, a briga da última terça-feira ocorreu entre dois grupos que se enfrentaram em disputa pelo controle da casa prisional.
A origem desse desentendimento está na disputa que começou entre dois presos de facções diferentes, uma do bairro Progresso e outra da Cohab, de Cruz Alta. O apenado do bairro Progresso teria chamado o apenado da Cohab para, supostamente, negociar um acordo de paz, o que seria uma armadilha para matá-lo.
O plano teria dado errado e então teria mandado o apenado Juliano de Lima Genro, de 26 anos, também conhecido por “Sapão”, que foi morto com golpes de faca artesanal no presídio, a agredir ou matar um outro preso, irmão do apenado da Cohab, o que deu início ao conflito de terça-feira. Nesse enfrentamento, os seguranças do irmão do apenado da Cohab mataram Sapão e feriram outros dois homens da organização criminosa do bairro Progresso.
Segundo a delegada regional de Polícia Civil, Caroline Virginia Bamberg, os agentes penitenciários começaram a receber severas ameaças de morte, via telefone e por várias pessoas. As ameaças foram mais intensas contra um casal de agentes penitenciários, extensivas à família destes. “Um veículo parou em frente à casa prisional durante a madrugada, nesta semana, onde indivíduos gritaram que os agentes iriam morrer", relatou a delegada.
Preliminarmente apurou-se que as ameaças partiram do grupo da organização criminosa do bairro Progresso, visto o descontentamento destes com a administração penitenciária, pois a direção do presídio tem barrado a transferência de dois irmãos de seu líder, que estão presos em outros presídios. Aproximadamente 100 policiais civis de várias regiões policiais e 30 policiais militares cumpriram 32 mandados de busca e apreensão em domicílios situados no bairro Progresso e arredores, nas casas dos familiares e cúmplices do grupo criminoso. A operação contou com a participação da Divisão de Apoio Aéreo, que empregou o helicóptero da instituição.
Dos 15 presos na operação de hoje em Cruz Alta, alguns foram liberados após pagar fiança. Outros foram recolhidos na Penitenciária de Ijuí e alguns no presídio de Cruz Alta.