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Painel na capital reúne 4 candidatos ao governo do Estado

3 de setembro de 2018

No Hotel Sheraton, em Porto Alegre, a Revista Voto promoveu um encontro na manhã desta segunda-feira, com 4 candidatos ao governo do Estado. Foram convidados Eduardo Leite, PSDB, Mateus Bandeira, Novo, Jairo Jorge, PDT e José Ivo Sartori, MDB. O painel não teve as presenças de Julio Flores do PSTU, Miguel Rossetto do PT e Roberto Robaina do PSOL. Os candidatos presentes tiveram 10 minutos para fala inicial e responderam em 2 minutos algumas perguntas dos espectadores. O encontro foi bastante amistoso. E as propostas foram o destaque, sem muito espaço para ataques de lado a lado.

A maior divergência foi entre Jairo Jorge e José Ivo Sartori sobre o Regime de Recuperação Fiscal. O candidato do PDT afirmou que o acordo veta a medida de aumentar efetivo na área de segurança pública, cobrando transparência do governo, que cita o regime fiscal como alternativa pra investir em segurança. Sartori reconhece que existem restrições, mas ressalta que o efetivo pode ser reposto, desde que seja para preencher vagas de agentes, que se aposentem por exemplo. O atual governador ainda rebateu críticas de que sua gestão tem muita burocracia.

Eduardo Leite (PSDB)
O candidato aproveitou seu tempo no painel para destacar sua passagem como prefeito de Pelotas, citando que os habitantes do município aprovaram seu mandato com quase 90%, segundo ele, por causa da retomada de confiança. Leite colocou como prioridade resolver o problema fiscal, caso seja eleito, com o objetivo de equilibrar a balança entre despesa e receita. Uma das medidas que o tucano defende é a privatização com responsabilidade, e com objetivo de modernizar os serviços. Eduardo Leite acredita que é quase impossível que a gestão de estatais dê lucro, por causa da burocracia, como concursos, estabilidade, processos de licitação. Para aumentar as receitas, o candidato defende investimento, em parceria com o setor privado, em infraestrutura; menos burocracia, com maior agilidade através de documentações digitais, usando como exemplo Santa Catarina; revisão da carga tributária, com manutenção de alíquota majorada de ICMS por dois anos; e investimento em educação para qualificar mão de obra. Perguntado sobre o que pode fazer nos primeiros 100 dias de governo, Leite ampliou o prazo, dizendo que os primeiros 6 meses são estratégicos, citando que depois desse período, muitos deputados começam a pensar em eleições municipais.

Mateus Bandeira (Novo)
Foi o primeiro a chegar e o primeiro a fazer sua apresentação inicial. Bandeira usou seu tempo para destacar que sua candidatura é a única que representa novidade nas eleições, reiterando que o partido é o único formado por pessoas de fora da política. Criticou seus adversários, citando como exemplo, que o PDT, de Jairo Jorge, esteve a frente da educação nos primeiros dois anos de governo de Sartori e não avançou; e o PSDB de Eduardo Leite, que esteve a frente do setor de Minas e Energia e da CEEE, que registrou recordes de déficit. O candidato ainda relembrou sua passagem pelo tesouro do Estado, durante o governo Yeda, quando conseguiu equilibrar as contas públicas nos únicos 3 anos das últimas duas dêcadas. Bandeira apresentou propostas inovadoras na educação, citando planos como um Prouni do ensino básico. Perguntado sobre os primeiros 100 dias de gestão, ele disse que a prioridade é encaminhar a reforma estrutural do Estado, reduzindo as secretarias e decidir pela privatização das estatais de energia através de plebiscito.

Jairo Jorge (PDT)
O candidato afirmou que ao visitar todos os 497 municípios gaúchos constatou sete problemas no Rio Grande do Sul. Citou o problema fiscal, a migração de talentos, a burocracia, a queda de excelência nos serviços como saúde, educação e segurança, o problema de infraestrutura do Estado, em especial das estradas, a desigualdade regional e, por fim, o conflito. Jairo Jorge frisou que sua campanha busca a convergência política, por isso não ataca seus adversários. Para recuperar o Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Canoas propôs cinco medidas: fazer o Estado crescer com menos burocracia e menos impostos. Isso seria fundamental para atrair investimentos. O candidato defende um licenciamento célere, que após 60 dias, concede a licença de forma automática, evitando que o empreendedor seja visto como vilão. Em Canoas, Jairo cita que reduziu a burocracia e fez a cidade ter o licenciamento mais ágil do Brasil. Para reduzir impostos, a proposta é a Lei do Gatilho, que também foi usada em Canoas, com redução de um terço do ISSQN. O candidato do PDT afirma que a partir de primeiro de julho de 2019 vai reduzir 0,25% de alíquota do ICMS e 1% do imposto sobre combustíveis. A lei reduz impostos desde que a arrecadação aumente. Para educação, o projeto é uma lei de responsabilidade geracional, baseado em ensino de 21 anos, desde as séries iniciais até pós-graduação, com meta de colocar o Estado em primeiro no ranking de educação do país até 2040. O investimento em infraestrutura, segundo Jairo Jorge, seria a partir de parcerias público-privadas, com base em uma lei de incentivo à infraestrutura, garantindo obras 20% mais baratas e rápidas e como exemplo para melhorar a dragagem do porto de Rio Grande. Para eliminar o problema de desigualdade regional, o candidato pretende aumentar a participação da sociedade na gestão, fortalecendo os Coredes. Os primeiros 100 dias de governo, para Jairo Jorge, são o DNA do governo, por isso pretende encaminhar nesse período diversas propostas e também promover a reestruturação do Estado, reduzindo as secretarias para 10 e estabelecendo três níveis hierárquicos.

José Ivo Sartori (MDB)
Candidato à reeleição, Sartori enfatizou a questão de que não se pode gastar mais do que arrecada. Lembrou que, em 48 anos, apenas em sete o Estado empatou as contas públicas ou teve superávit. Ele destacou que não se resolve com ironia e sim com seriedade e responsabilidade. Para solucionar o problema fiscal, Sartori defende a adesão ao regime de recuperação fiscal, citando que renegociou a dívida e que a medida deixa mais de 11 bilhões de reais nos cofres do Estado, com suspensão do pagamento da dívida, que já está em vigor por força de liminar do Superior Tribunal Federal. O atual governador também lembrou que o déficit era estimado em R$ 25 bilhões e conseguiu reduzir essa projeção para R$ 8 bilhões. Sartori projeta que o Estado deve ser eficiente, equilibrado e sustentável. O candidato ainda ressaltou o crescimento dos números da Expointer, elogiando principalmente o setor da indústria de máquinas e equipamentos agrícolas. Para os primeiros 100 dias do próximo governo, caso seja eleito, Sartori lembra que já sabe o que enfrentou e afirma que vai destituir todos os cargos de confiança.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí