PIB do Rio Grande do Sul tem alta de 1,2% em 2018

26 de abril de 2019

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de São Paulo divulgou as estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul no 4º trimestre de 2018 nesta sexta-feira (26/04), na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, em Porto Alegre. Os cálculos indicaram que, em 2018, o PIB Gaúcho subiu 1,2% em relação ao ano anterior, crescimento semelhante ao Brasil (1,1%). No 4º trimestre do ano, a economia do Rio Grande do Sul apresentou elevação de 2,7%, mantendo a recuperação no segundo semestre, após resultados negativos nos 2 primeiros trimestres de 2018, cujo retração no período foi de 1,3%. Nos 2 trimestres finais do ano, o crescimento foi de ,7%. A apresentação do cálculo foi feita pelo coordenador de pesquisa da Fipe, o economista Eduardo Zylberstajn, com a presença da secretária de planejamento do Estado, Leany Lemos.

O PIB Gaúcho no 4º trimestre foi influenciado principalmente pelas altas do comércio (6,3%) e indústria (7,9%) na comparação com o mesmo período de 2017. O setor da construção civil desacelerou, mas cresceu 1,9%. Mesmo com a recuperação no segundo semestre no Estado, o setor de serviços ainda não reagiu, recuando 1% em 2018. A agropecuária também segue em retração, com queda de 4,2% no ano passado e retração de 2,3% no 4º trimestre. A expectativa é que o Rio Grande do Sul supere o crescimento do país, caso a agropecuária volte a subir.

Na avaliação de Zylberstajn, os resultados são positivos, no entanto ainda estão longe de serem comemorados. Isso acontece porque os resultados negativos de anos anteriores foram muito acentuados e para recuperar esta queda ainda há um caminho longo. O economista da Fipe ressaltou que as estimativas para o futuro são difíceis de prever em razão das reformas que estão para serem votadas no congresso nacional em Brasília e na Assembleia Legislativa. Para o coordenador de pesquisas da Fipe o equilíbrio fiscal é fundamental para melhores resultados ou o cenário será de incerteza. A secretária Leany Lemos ressalta que o resultado positivo é uma boa notícia, mas longe de resolver o problema fiscal do Estado. Ela explica que mesmo que a arrecadação aumente com o crescimento do PIB, os valores não chegam próximo do aumento de despesas bilionário que o Rio Grande do Sul teve entre 2015 e 2018. Segundo os dados divulgados pela Fipe, o PIB do Estado atingiu R$ 445 bilhões e os impostos pagos chegaram a R$ 58 bilhões em 2018.

Questionada sobre o pedido de reajuste de 28,7% nos salários, feita pelo Cpers/Sindicato, Leany afirma que dentro do orçamento do Estado não vê espaço para nenhum aumento. “Não é que não seja desejável (conceder aumento). Não é possível”, enfatizou a secretária do planejamento. Na próxima segunda-feira, a categoria dos professores se reúne com o governador Eduardo Leite para uma nova rodada de diálogo. Um dos objetivos de Leany até o fim do ano é rever alguns contratos, entre eles o da Fipe, que foi assinado pelo ex-governador Sartori. Segundo ela, é necessário rever o contrato para firmar um novo convênio com o IBGE, que não repassa informações para institutos privados. A secretária pretende que o cálculo do PIB, feito anteriormente pela extinta Fundação de Economia e Estatística, seja absorvida pela equipe da pasta de Planejamento, que fazia a análise dos dados na fundação.