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Preço do trigo registrou queda na última semana

21 de novembro de 2020

Os preços agrícolas, principalmente da soja e do trigo, registraram redução nesta semana, após altas consecutivas que elevaram os valores a patamares históricos. O trigo alcançou nos últimos dias R$ 81 a saca da 60 kg na região de Ijuí, preço que decresceu e chegou a R$ 71 ontem.

O corretor de cereais Índio Brasil, explica que o Brasil é importador de trigo. Neste ano, foi efetivado um número grande de contratos futuros para exportação. Conforme Índio, 800 mil toneladas de trigo serão exportadas nesta safra.

Isso porque o câmbio desvalorizou, houve desvalorização do real frente ao dólar, o que permitiu contratos futuros. Essas vendas antecipadas, somadas a uma safra menor fez com que durante a colheita, o produto não fosse vendido. E isso impactou na elevação dos preços. Os valores ficaram acima dos preços praticados no Paraná e em Santa Catarina. E para a indústria moageira gaúcha ser competitiva, ela precisa comprar trigo com valor aproximado de 70 reais mais baixo do que o praticado no Paraná.

Como se inverteu essa lógica, o RS ficou com trigo mais caro que o Paraná e os moinhos perderam competitividade e reduziram a moagem. Todos garantiram compras até o fim do ano e diminuíram as negociações.

Índio acredita que o preço do trigo deve continuar caindo até encontrar o preço de exportação, ou até chegar a patamar de R$ 70 a menos que o valor do Paraná, impulsionando os moinhos daquele estado a comprar trigo gaúcho.

Há ainda a possibilidade de indústrias de ração se interessarem pelo grão, visto que hoje esse tipo de empreendimento só compra milho. Na realidade, o valor do trigo está retornando ao normal, segundo Índio Brasil. Acontece que, conforme ele, o produtor se assusta, vende mais todo o saldo que tinha e alimenta esse ciclo. Porque o produtor vendendo, aumenta a oferta e faz com que o preço caia ainda mais.

Índio Brasil fala ainda em sazonalidade. A partir do início de dezembro, tradicionalmente, as indústrias reduzem as compras e focam em atender aos clientes. E a tendência é que o mercado só volte a reaquecer em meados de janeiro de 2021.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí