Estimativas indicam que entre 35 e 38% da soja colhida na safra deste ano no Rio Grande do Sul já foram comercializados. O corretor da Solo Corretora de Cereais de Ijuí, Índio Brasil, frisa que essa venda aconteceu, especialmente, para pagamento de contas. A melhora no preço da oleaginosa, verificada no momento, segundo ele, tem como um dos fatores a quebra na safra de soja da Argentina.
Tradicionalmente a Argentina é grande fornecedor de farelo de soja. Com a redução de produtividade no vizinho país, o Rio Grande do Sul deverá ter mais mercado para o farelo. Índio Brasil ainda observa que a questão cambial, com desvalorização do real frente ao dólar, é outro motivo do aumento do valor da saca de soja.
O corretor de cereais ressalta que não é bom falar de preço futuro da soja, especialmente visto as mudanças políticas ou econômicas mundiais. Porém, ele enfatiza que esse é um ano positivo para o agricultor e alerta que os produtores precisam ficar atentos à janela de mercado, que vai ocorrer entre 15 de junho e 15 de agosto. Isso porque, no mencionado período, haverá especulação quanto ao clima e em relação á próxima safra americana de soja.
O corretor Índio Brasil ainda alerta que os agricultores fiquem atento aos contratos futuros para 2019. Quanto ao trigo, o corretor de cereais destaca que o atual preço, ao redor de 38 reais a saca, é reflexo do que denomina de anomalia de mercado, pois a oferta do produto nos três Estados do Sul do Brasil está menor que a demanda. Isso pode mudar, visto que a Argentina deverá plantar mais trigo para compensar as perdas com a soja.