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Quase 60% das rodovias gaúchas são avaliadas como ruins

24 de outubro de 2019

Um estudo realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e do Sest/Senat, divulgado na terça-feira (22), mostrou que 59,3% de toda a malha rodoviária gaúcha é avaliada como regular, ruim ou péssima. Diante disso, o estudo estima que seriam necessários investir R$ 6 bilhões para recuperação dos pontos críticos, para se evitar prejuízos na área dos transportes e reduzir a ocorrência de acidentes.

Inclusive, conforme a pesquisa, o custo total dos acidentes em rodovias federais em 2018 foi estimado em R$ 581 milhões. A situação mais crítica no Estado gaúcho foi registrada nas vias estaduais. Da malha controlada pelo Governo do Estado, 81% foi considerada regular, ruim ou péssima.

E a falta de investimentos nas rodovias só piora a situação. Segundo o estudo, no ano passado era estimado a aplicação de R$ 2,4 bilhões para recuperação da malha rodoviária gaúcha, enquanto neste ano o estudo já cita um valor mais do que o dobro para recuperar as estradas do RS.

O estudo aponta ainda que o Rio Grande do Sul é o terceiro Estado do país com a pior situação nas rodovias, ficando atrás do Maranhão e do Ceará. Das estradas gaúchas, 17 foram avaliadas como ruins e outras 29 como regulares.

Principal entrave é a falta de dinheiro

Em nível nacional, a condição das estradas segue a média do Estado, já que 59% também são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Tanto no país quanto no RS, no comparativo com 2018, o estudo mostra que a situação da malha rodoviária piorou neste ano.

Para o Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Carazinho e Região (Sindicar), Moisés Santos, os números divulgados são preocupantes diante da dependência que o país possui no transporte rodoviário.

“Para o desenvolvimento da nossa riqueza nós dependemos de uma malha rodoviária condizente com a necessidade de tráfego, até porque há uma economia quando as estradas estão em plenas condições, além da redução no perigo para se trafegar em rodovias boas”, analisa Santos.

Conforme a CNT, são mais de 108 mil quilômetros que precisam ser recuperados no país. O principal entrave apontado para as obras não acontecerem é a falta de dinheiro.

Trechos privatizados são as exceções à regra

Segundo o presidente do Sindicar, as únicas obras mais estruturantes em rodovias federais que estão sendo vistas, em especial no Estado, são nos pontos privatizados, como é o caso da BR 386. Apesar disso, conforme Moisés Santos, as melhorias nesses pontos não resolvem o problema.

“Concordamos que a privatização melhorou muito a situação da BR 386 entre Carazinho a Lajeado e depois até Porto Alegre, trecho que já estava em melhores condições e duplicado. No entanto, se for feito o trajeto contrário, seguindo a Sarandi e Frederico Westphalen, a situação é caótica. A rodovia está extremamente perigosa e quase intransitável. Ainda, temos a situação da BR 285 que também está extremamente perigosa. Então, há pequenas melhorias, mas os grandes gargalos ainda existem e preocupam”, relata Moisés Santos.

Trecho concedido da BR 386 na região recebe melhorias

O trecho concedido da BR 386 na região passou por novas melhorias nesta semana. Sete meses após receber a nova pavimentação, o trecho do quilômetro 181 (no início da concessão em Carazinho) até o quilômetro 184 foi todo revestido por equipes da CCR ViaSul.

O ponto apresentava algumas poucas irregularidades que foram corrigidas com um microrrevestimento asfáltico. Os trabalhos iniciaram na segunda-feira (21) e tem previsão de prosseguir até esta sexta-feira (25). Além do trecho carazinhense, outros pontos nas regiões de Tio Hugo e Soledade também receberão obras pontuais nos próximos dias.

Fonte: Diário da Manhã https://diariodamanha.com/noticias/quase-60-das-rodovias-gauchas-sao-avaliadas-como-ruins/