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RS obtém status de livre de febre aftosa sem vacinação e encerra ciclo que começou após doença em Jóia e região

12 de agosto de 2020

Uma conquista que pode ser considerada histórica para o Rio Grande do Sul: o Ministério da Agricultura reconheceu o território gaúcho como zona livre de febre aftosa sem vacinação de bovinos e bubalinos, a partir de Instrução Normativa assinada ontem, 11, pela Ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

A mudança passa a vigorar em 1º de setembro. Na semana passada, auditores do Ministério estiveram na secretaria estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural para avaliar o cumprimento das exigências feitas para a obtenção do novo status sanitário.

“Trata-se de uma mudança que vem sendo gestada e planejada há um bom tempo pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Vai gerar imenso impacto na economia gaúcha. Com a retirada da vacina, o Estado poderá alcançar 70% dos mercados mundiais disponíveis”, afirma o secretário da Agricultura, Covatti Filho. Ele observa que 2020 será o último ano com vacinação no Estado.

A partir do reconhecimento pelo Ministério, a Secretaria comunica a mudança para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que concede a certificação da evolução do status sanitário, abrindo portas para mercados não acessados pelos criadores gaúchos.

Técnicos e especialistas apontam que a retirada da vacinação tem potencial de abrir mercados como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (carne com osso) e Canadá. No setor dos suínos, a expectativa é de que haja um incremento nas exportações na ordem de R$ 600 milhões anuais.

O documento também reconhece como área livre de vacinação os estados do Acre, Paraná, Rondônia e regiões do Amazonas e de Mato Grosso. Conforme o texto, o ingresso de animais e produtos de risco para a febre aftosa no estado de Santa Catarina, com origem nas áreas consideradas livres de vacinação, devem observar as diretrizes definidas para origem em zona livre da doença com vacinação, até seu reconhecimento pela OIE como zonas livres de aftosa sem vacinação.

O Rio Grande do Sul realiza vacinação contra a aftosa, de forma ininterrupta, desde o ano 2000, com duas campanhas por ano. A imunização voltou a ser obrigatória no Estado após a incidência da doença em bovinos e bubalinos nos municípios de Jóia, Augusto Pestana e Eugênio da Castro, entre 2000 e 2001, que forçou a eliminação de quase 12 mil animais, a grande maioria em Jóia.

O médico veterinário, Emílio Stumm, que chefiou a Coordenadoria Regional de Agricultura, com sede em Ijuí, de 2002 até meados deste ano, quando se aposentou, lembra que quando estourou a aftosa em Jóia e região, vacinadores se deslocavam também a pé de propriedade em propriedade rural para vacinar os animais, visto perigo e preocupação com a doença. Depois da região de Jóia, a febre aftosa se espalhou por outras regiões gaúchas, por exemplo, no município de Rio Grande.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí