Com 108 notificações positivas à Covid-19 nesta sexta-feira (14), o município de Santo Ângelo contabiliza 873 casos confirmados somente no mês de Maio, gerando a média de 62,3 casos ao dia. São 18 óbitos registrados no mesmo período.
RECORDE NOS CASOS ATIVOS
Desde o início da pandemia na capital missioneira, em abril do ano passado, o município registra na data de hoje o recorde de casos ativos, com 588 pessoas com o contágio, sendo 550 pessoas infectadas em recuperação domiciliar e 38 santo-angelenses internados nos hospitais locais, com 11 pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O cenário geral do vírus na cidade registra 8.483 casos totais, com 7.716 pessoas recuperadas, 179 óbitos e 46.382 testes rápidos realizados. No Laboratório Central do Estado (LACEN/RS), são 127 casos suspeitos que aguardam o resultado definitivo.
HOSPITAIS SUPERLOTADOS
A situação dos hospitais Santo Ângelo e Unimed Missões segue em situação crítica, com as unidades de saúde operando em capacidade máxima, com os leitos clínicos e Covid, além das UTI’s, completamente lotados, inclusive com pacientes na fila de espera para a UTI Covid e leito clínico.
QUAIS AS CAUSAS DO AUMENTO DOS CASOS EM UMA SEMANA?
Segundo a enfermeira Daniana Pompeo, presidente do Comitê Coronavírus de Santo Ângelo e coordenadora do Comitê Científico Regional de Enfrentamento à Covid-19 da Associação dos Municípios das Missões (AMM), recentemente em um estudo genômico realizado pelo LACEN/RS, foi identificada a variante P1 (variante de Manaus/AM) no município de São Borja e, também, no município de Santa Rosa. Nesse mesmo estudo não foi apontada a presença dessa variante no município de Santo Ângelo, porém sabia-se que brevemente a mesma atingiria o município, assim como os demais da região.
Neste contexto e tendo em vista o cenário observado no mês de Maio, com o aumento da velocidade de transmissão do vírus e o agravamento do quadro dos pacientes, tudo leva a crer que a variante realmente está circulando em Santo Ângelo e nas cidades vizinhas.
De acordo com Daniana, essa variante tem como uma das suas características, além da alta transmissibilidade e a gravidade, já citadas, atingir pessoas mais jovens, incluindo crianças e adolescentes.
Essa faixa etária, em 2020, sofreu poucos agravos quando contaminada, porém agora vem sofrendo mais com a doença, inclusive internando mais. “Além disso, o jovem, que antes tinha uma falsa sensação de segurança, pois ao se contaminar era assintomático ou desenvolvia sintomas leves, permanece com o mesmo estilo de vida, ou seja, cuidando-se pouco, promovendo aglomerações (muitas vezes) o que leva a um risco maior de transmissão, já que estamos lidando com uma variante diferente e muito mais agressiva. Já entre as crianças, podemos dizer que também observamos uma certa liberação das mesmas para uso dos parquinhos, praças e demais convívios que podem contribuir para esse aumento do número de casos”, explica.
QUAIS OS CUIDADOS AS PESSOAS DEVEM TOMAR?
A enfermeira Daniana Pompeo ressalta que devemos manter os mesmos cuidados, como, por exemplo, o distanciamento social, a lavagem das mãos, o uso correto da máscara e ter consciência do problema e entender sua responsabilidade dentro deste contexto. “Quando precisar ir ao mercado, vai apenas uma pessoa da família e não todos moradores daquela residência… se vai até a loja, vá somente se for muito necessário e não para passear! Não saia de casa se não tiver necessidades. Esse é o momento mais crítico vivido até agora. E para aqueles que estão vacinados não podem achar que estão 100% seguros, porque a vacina oferece uma determinada proteção, mas a pessoa ainda pode se contaminar e transmitir para os membros da família que não estão imunizados. Portanto, temos que seguir nos cuidando, ainda mais neste momento”, explica.