Busca rápidaX


Secretário da fazenda sobre venda de ações do Banrisul: “nunca foi a salvação da lavoura”

25 de setembro de 2019
Secretário Estadual da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso

O secretário estadual da fazenda, Marco Aurélio Cardoso, participou na manhã desta quarta-feira (25) da reunião ordinária da comissão de economia, desenvolvimento sustentável e turismo da Assembleia Legislativa. De forma voluntária, Cardoso foi, em nome do Governo do Estado, explicar a operação cancelada da venda de ações do Banrisul e responder os questionamentos dos deputados. A reunião, presidida por Tiago Simon (MDB) iniciou às 9h25min e teve duração de cerca de 1h30min.

O secretário da fazenda usou aproximadamente 30 minutos para apresentar aos deputados os detalhes da operação com apoio de slides. Cardoso ressaltou que o momento para a oferta de ações era bastante favorável, citando exemplos de outras operações como da Petrobras e Banco do Brasil, estatais do governo federal. O secretário destacou que a Bolsa de Valores de São Paulo está em um ótimo momento e que as ações do Banrisul registravam sua máxima valorização histórica. A respeito da estrutura e organização da oferta, Cardoso garantiu que os melhores parceiros para organizar a operação foram acionados e que por isso houve uma grande demanda pela compra dos papéis, inclusive acima do esperado pelo Governo. No entanto, o secretário da fazenda explicou que os preços oferecidos pelos investidores estavam aquém do que o Executivo projetava, optando pelo cancelamento da oferta.

Marco Aurélio Cardoso salientou que a intenção do Governador Eduardo Leite é manter o Banrisul público e que a venda de ações “nunca foi a salvação da lavoura”. Por isso, o governo não descarta a promessa de colocar em dia o pagamento dos servidores até o fim do ano. Questionado sobre o tema, o secretário não entrou em detalhes, mas afirmou que a venda de ações era apenas uma medida em uma série de ações que visa o ajuste fiscal do Estado. O secretário também foi questionado se a oferta de ações poderia ser feita novamente, porém, segundo Cardoso, as normas da Comissão de Valores Mobiliários, que organiza as ofertas, não permitem uma operação similar em 120 dias, a longo prazo, o secretário não quis se manifestar. Sobre os custos da operação, Cardoso explica que as comissões para os agentes envolvidos na operação não serão pagos, pois a oferta não foi concretizada, o que será pago pelo governo é o reembolso de despesas, cujo teto é de R$ 7 milhões, segundo o secretário da fazenda. Não há ainda a definição dos valores, pois ainda está em fase de prestação de contas.

O deputado Sebastião Melo (MDB) foi um dos parlamentares que acompanhou a reunião e questionou o secretário da fazenda. No entanto, saiu insatisfeito da comissão, pois Cardoso não respondeu aos questionamentos e não trouxe novas informações, e sim as mesmas justificativas já divulgadas em notas e coletiva de imprensa. Para Melo, o Governo confessa que usaria o recurso da oferta de ações para pagar salários,  quando admite que com o cancelamento da operação ainda há alternativas. O deputado também questiona a posição do governador Eduardo Leite sobre a privatização ou não do banco, dizendo que o debate não deve ser terceirizado, se referindo a uma PEC do deputado Sergio Turra (PP) que pede o fim de plebiscito para venda do Banrisul, da Corsan e da Procergs.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí