Agricultores foram surpreendidos, na tarde de segunda-feira (10), com o aparecimento de uma serpente próximo de uma plantação de milho, no Morro do Pedro, em Presidente Lucena, no Vale do Paranhana, Rio Grande do Sul. O animal foi visto subindo a torre de uma antena.
O vice-prefeito e secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município, Luiz José Spaniol, acompanhava a colheita. “Nós fomos dar uma olhada nas antenas e vimos aquela cobra ali. Segundo os moradores, tem mais duas assim ali. Ela estava bem tranquila. Entrou naquele buraco da caixa da antena. Não deu muita bola para nós. É um bicho muito bonito, mede de dois a três metros, mais ou menos.”
De acordo com a bióloga do Laboratório de Herpetologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Natália Dallagnol, o animal é uma serpente caninana, da espécie Spilotes pullatus. “É comum nessa região. Ela pode chegar até três metros de comprimento. E, se não for ameaçada, não é agressiva. Normalmente é bem mansa”. A serpente foi deixada no local.
“Ela deve ter um papel muito importante na natureza. Ela ficou por ali mesmo. É o ambiente dela e tem bastante pedra. Eu, como secretário, fiscalizo a colheita junto aos agricultores. Naquele momento, eu e o operador vimos uma movimentação estranha na antena e vimos aquela cobra”, disse Spaniol.
A caninana não é uma serpente venenosa. Quando se sente ameaçada, a espécie infla o pescoço e vibra a cauda para intimidar e enfrentar o predador.
Além do tamanho, a caninana impressiona pela coloração em preto e amarelo. Existem cinco subespécies dessa cobra e três delas podem ser encontradas no Brasil. O animal é terrestre, mas também sobe em árvores. Alimenta-se de aves, roedores, anfíbios e de mamíferos de pequeno porte, como preás.