Na lista há também tratamentos menos conhecidos, como constelação familiar, técnica de representação espacial das relações familiares – que permite identificar bloqueios emocionais de gerações ou membros da família – e imposição de mãos, descrita pelo ministério da Saúde como “cura pela imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente”.
O ministério pretrende promover bem-estar e diminuir o estresse e a ansiedade. Com a ampliação, anunciada nesta segunda-feira (12), serão no total 29 práticas desse tipo disponíveis para os pacientes. No SUS, elas são chamadas de “práticas integrativas” ou “complementares” à medicina convencional, como mostrou o SóNotíciaBoa no mês passado. Assista aqui.
Em 2017 foram incorporadas 14 atividades, chegando às 19 práticas disponíveis atualmente:
Onde encontrar
Hoje, as terapias estão presentes em 57% dos 5.570 municípios do país. Pra saber o posto de saúde mais próximo que oferece as práticas, pergunte na secretaria de saúde da sua cidade. 88% destes tratamentos são oferecidos na rede de atenção básica. Inicialmente, apenas cinco práticas alternativas eram oferecidas pelo SUS.
Em oito anos, o número de atendimentos em terapias alternativas e complementares no SUS cresceu 670%, passando de 271 mil, em 2008, para 2,1 milhões em 2016, segundo o Ministério da Saúde. O ministério da Saúde estima que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS.
Além das novas inclusões, o ministério de Saúde também definiu as diretrizes e modo de implantação dos procedimentos termalismo/crenoterapia e medicina antroposófica, que já eram oferecidas no SUS de forma experimental.
Controvérsias
Ao menos seis das dez práticas incluídas a partir de agora não são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina —aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, geoterapia, imposição de mãos e ozonioterapia.
“Isso não significa que o Ministério da Saúde não possa incorporá-las, mas deixamos claro que os médicos não podem indicá-las ou utilizá-las”, afirma o presidente do CFM, Carlos Vital.
Para ele, faltam evidências científicas e avaliação consistente de riscos e malefícios. Já o ministério da Saúde diz que evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares.