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Titular da 36ª CRE é favorável a aprovação da Base Nacional Comum Curricular

12 de dezembro de 2018

Após três anos e meio de discussões sobre o assunto, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, que trará mudanças estruturais para o Ensino Médio, foi aprovada no mês de dezembro.
Entre as alterações, a BNCC inclui itinerários formativos, que serão escolhidos pelos alunos a depender de suas preferências com relação à área de estudo, e coloca apenas as disciplinas de português e matemática como obrigatórias durante os três anos do Ensino Médio, podendo os outros conteúdos serem administrados como disciplinas ou não ao longo do período, a depender do currículo formulado por cada escola.

A BNCC institui que o estudante poderá escolher uma das áreas entre Matemáticas e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas para se aprofundar durante o Ensino Médio, ficando os outros conteúdos em segundo plano.
O documento ainda está sob revisão e deverá ser submetido ao Ministério da Educação para ser homologado.

O titular da 36ª Coordenadoria Regional de Educação de Ijuí- CRE, Cláudio da Cruz de Souza, é favorável a aprovação da BNCC. Segundo ele, toda educação básica necessitava de um movimento diferente: “essa etapa do ensino médio nos preocupava muito, principalmente pela questão da evasão, temos muito alunos que chegam nessa fase, mas por muitos fatores acabam desistindo no meio do caminho. Outra questão que nos preocupava bastante era o insucesso de muitos estudantes do ensino médio, pois eles estavam matriculados e estudando, mas nem sempre garantiam a aprovação”, comenta Cláudio.

Segundo ele, principalmente aqui no Rio Grande do Sul, as notas dos alunos do ensino médio principalmente em matemática e português ficavam bastante abaixo da média, situação que se reflete inclusive nos resultados do Enem: “esse novo currículo pretende mudar essa situação e dar um norte às escolas de diferentes redes, tanto na municipal, estadual ou privada, para que elas construam seus próprios currículos”.

O titular da 36ª CRE comenta ainda que nesta manhã, o Conselho Estadual de Educação aprovou o Referencial Curricular Gaúcho, esse referencial, sendo ele, tem como base a BNCC, mas também traz aquelas diferenciações próprias do Rio Grande do Sul, como por exemplo a questão da revolução farroupilha: “Isso possibilita que nós possamos trabalhar com questões relacionadas a cultura e tradições nas diferentes áreas, o que enriquece o currículo no Estado.

A BNCC foi aprovada depois de diversos protestos de professores que eram contrários ao texto apresentado pelo Ministério da Educação. Algumas das cinco audiências públicas previstas pelo CNE entre maio e agosto nas cinco regiões brasileiras chegaram a ser canceladas após protestos.

Para o Coordenador, isso ocorreu porque muitas informações ficaram no campo do senso comum: “claro que será dada uma ênfase maior nas áreas de português e matemática, mas nenhum outro componente será excluído”. Cláudio comenta ainda sobre outra questão que gerou polêmica durante o período de aprovação da BNCC, que foi quanto a carga horária: “hoje a carga horária para o novo ensino médio começara com 1000 horas, mas, o Rio Grande do Sul já saiu na frente, porque aqui o ensino médio diurno já tem 1000 horas, enquanto os outros estados, (apenas com exceção de São Paulo), terão que partir de um aumento de 800 pra 1000 horas.

Aqui no Estado essa alteração só vai ser necessária no ensino médio noturno, já que este sim só possui 800 horas”, destaca.

Antes da BNCC, o Brasil não tinha um currículo nacional obrigatório, e as únicas disciplinas listadas por lei como obrigatórias nos três anos do ensino médio eram português, matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia. As escolas terão dois anos para se adaptar e construir os currículos letivos após a homologação e a mudança deve começar a valer a partir de 2022.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí