“Vivemos uma reconstrução diária”. Foi isso que disse Jorge Malheiros, presidente do Núcleo Missões dos familiares das vítimas da Boate Kiss. A tragédia que matou 242 pessoas, completa oito anos hoje e ainda não juçgou os possíveis responsáveis pela tragédia. Quatro pessoas foram indiciadas pelo incêndio e estão esperando julgamento: Elissandro Spohr (o Kiko) e Mauro Hoffmann são sócios da boate. Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandagueira, e Luciano Bonilha Leão assistente de palco.
A tragédia ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, na boate que funcionava na Rua dos Andradas, centro de Santa Maria e foi provocada pela imprudência, quando Luciano Bonilha Leão acionou um artefato pirotécnico que deu início ao fogo. O incidente é considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sendo superado apenas pela Tragédia do Gran Circus Norte Americano, ocorrida em 1961, em Niterói – foram 503 mortos.
Jorge Malheiros, em entrevista à Rádio Progresso, disse que o sentimento de todas as famílias que perderam seus filhos na tragédia, estão com sentimento de impunidade. Segundo ele, a lentidão para julgar os responsáveis pelo fato, deixa a todos perplexos tendo que seguir a vida, apenas lembrando do que aconteceu. Malheiros esclareceu que as vítimas dessa tragédia, hoje, são os familiares que querem apenas que a justiça tenha responsabilidade e consiga dar um pouco de dignidade as pessoas que foram atingidas pela irresponsabilidade, segundo Malheiros, do poder público, da justiça e dos proprietários daquele local.
Para lembrar os oito anos da tragédia, uma programação diferenciada está sendo realizada. Uma live com início às 20h de hpje, com a participação de pessoas de diversos segmentos da sociedade tem como foco “luto materno, impunidade e a incansável luta por justiça”.